Ricardo Patah
Presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT
24/11/2017
Ao aprovar o texto da Reforma Trabalhista, o Governo encaminhou a economia do país para um problema seríssimo: o que nos trazia esperança de progresso era, via de regra, a garantia dada pelo emprego.
O cidadão - trabalhador assegurado pelos artigos da CLT - planejava a compra de bens de consumo duráveis a partir das suas condições e perspectivas. E, claro, as instituições e bancos contavam com uma situação favorável por parte do comprador para oferecer-lhe algum tipo de crédito. Agora, como é que um banco vai vender uma casa ou carro sem garantias? Como é que a indústria e o comércio vão girar se as vendas não poderão ser efetuadas? Isso é só a ponta do iceberg.
Peguemos o exemplo do trabalhador intermitente: sua renda, variável, pode não chegar a um salário mínimo. As coisas já são difíceis, imagina para este trabalhador, cerceado do seu direito a ter direitos? E para aposentar? Este último, um assunto que nos traz ainda mais penúria, visto que a cada dia uma maldade é pensada para que se aprove a famigerada Reforma da Previdência, que prega que o trabalhador comum - na contramão de todos os direitos conquistados - contribua até o fim da vida e não se aposente. Pior é que na hora do voto, somos nós que somos afogados nas promessas de prosperidade.
No dia 5, faremos um grande ato. O Brasil vai parar, mais uma vez. E iremos fazer isto quantas vezes forem necessárias. Não podemos assistir de braços cruzados o desmonte de nosso país. O jornal francês Liberation publicou que o presidente Michel Temer governa "sem o povo e contra o povo". Não foi pra isso que bradamos por democracia. É por isso, então, que devemos nos movimentar.
UGT - União Geral dos Trabalhadores