01/07/2016
O milagre não aconteceu e a economia brasileira continua em crise sob o governo interino de Michel Temer. A atividade industrial e os serviços continuam retraídos, a inflação não é controlada e o desemprego cada dia surpreende.
Para agravar o quadro, as perspectivas não são as melhores e a crise econômica deve persistir por um bom tempo. E qual é o remédio que o governo Temer quer usar para combater os sintomas da crise? Cortar direitos dos trabalhadores, retirar investimentos da educação e da saúde para melhorar as contas do governo e, de quebra, aumentar os lucros empresariais, para que, supostamente, o país volte a crescer.
É o que revela seu programa de governo e as medidas de austeridade que ele e seus ministros anunciam aos quatro cantos. Uma delas é o aumento de impostos, para fortalecer a arrecadação, um dos principais pilares da crise. Lembra do imposto do cheque, a CPMF? Pois é, a volta dela é muito provável.
Outras medidas amargas anunciadas são:
•Fim da valorização do salário mínimo, para “controlar gastos”;
•Fim dos gastos fixos do governo com saúde e educação;
•Redução ou fim dos gastos com programas sociais como o Bolsa Família e o ProUni, dentre outros;
•Reforma da previdência (para aumentar a idade mínima para a aposentadoria e diminuir o valor dos benefícios);
•Desregulamentação do trabalho, principalmente com a aprovação do projeto que coloca o que for negociado acima da legislação (hoje, nenhuma empresa pode conceder menos do que a lei determina);
•Possibilidade de terceirizar todas as atividades das empresas e acabar com a responsabilidade subsidiária do tomador de serviços (só a empresa contratante responde pelo empregado).
Ou seja, um conjunto de medidas que jogam aos trabalhadores a responsabilidade de resolver uma crise que não causaram.
Enquanto isso, os deputados aprovam o reajuste salarial de diversas carreiras privilegiadas, dentre elas, os Ministros do STF, que passarão a ganhar R$ 39,3 mil por mês, fora as mordomias. E como o salário dos ministros do Supremo é o teto para os ganhos dos deputados, estes já visam o aumento também.
A esquizofrenia é tanta, que beira ao absurdo. Insistem que é preciso arrochar os trabalhadores para resolver a crise, mas o esforço não deveria vir de todas as esferas?
Por que não falam em medidas para taxar as grandes fortunas, que ponham fim a uma das maiores concentrações de renda do planeta??? É muita discrepância!
Tudo isso tem relação direta com os Trabalhadores em Telemarketing, assim como toda classe trabalhadora. Principalmente a prevalência do negociado sobre o legislado, que só intensifica a precarização, ao rebaixar o estabelecido em lei.
Diante do mar de incertezas, o que fica claro é que todos estes elementos comprovam que a resposta aos problemas do Brasil não estava na simples mudança do executivo, e cada vez mais nos leva a crer, que pior que está, ainda pode ficar.
UGT - União Geral dos Trabalhadores