Rumiko Tanaka
Diretora Executiva da UGT
31/05/2016
Um vídeo em que uma adolescente aparece nua, dopada e com marcas de violência sexual tornou-se viral na internet na quinta-feira (26/05), acompanhado de comentários que relatavam que a jovem havia sido vítima de um estupro coletivo – um grupo de 30 homens a teria violentado na zona oeste do Rio de Janeiro e alguns deles teriam filmado o crime com seus celulares para compartilhá-lo nas redes sociais. As cenas são deploráveis.
Nós, da União Geral dos Trabalhadores (UGT), ficamos estarrecidos com esse acontecimento. Por isso, nos solidarizamos aos familiares da adolescente e a todas as mulheres, crianças e adolescentes brasileiras. Esse crime não pode passar impune. Vamos lutar para que todos sejam punidos e para que nossa juventude se liberte desse tipo de agressão ou de qualquer outro que destrua os sonhos e o futuro de nossos jovens.
O Brasil não pode ficar parado diante dessa barbárie, porque a repercussão internacional está se consolidando. Isso é uma questão de humanidade e necessita de muita solidariedade pois atinge a dignidade do ser humano.
As condições da violência contra essa adolescente são algo realmente repudiável. A sociedade brasileira e até mesmo a internacional estão estarrecidas com a história. A ONU Mulher emitiu nota, na manhã de sexta-feira (27/05), pedindo “tolerância zero” a todas as formas de violência contra a mulher e sua banalização.
Essa menina tem 16 anos, foi estuprada no sábado (21/05) e encontrada três dias depois. Agora, precisa se recuperar de uma forte hemorragia e de uma ruptura da bexiga, resultantes do estupro. Seus parentes relataram à imprensa que a garota, que é usuária de drogas, foi resgatada na Praça Seca, Zona Oeste do Rio, por um homem que afirmou que já havia visto a jovem naquele local. A adolescente passou alguns dias fora de casa, sem dar notícias e seus familiares só souberam de seu paradeiro por meio do noticiário e das redes sociais.
Assim que viralizaram as imagens desse crime nas redes sociais, uma série de denúncias anônimas foi enviada ao Ministério Público do Rio, munida, em parte, do material virtual que comprova a barbárie. A garota já depôs e foi encaminhada ao Instituto Médico Legal e ao hospital para realizar exames e tomar coquetéis antiAIDS. Nesse curto espaço de tempo, acreditamos ser esta uma ação necessária, que o Estado promove para evitar doenças sexualmente transmissíveis e uma possível gravidez, mas também pouco eficaz no contexto da saúde mental ou no que tange ao futuro trabalho de inclusão social dessa vítima, uma vez que, além da violência que ela sofreu, há também a questão da filmagem e o compartilhamento dessas imagens, expondo a garota ao constrangimento público.
Nós, da Secretaria Nacional da Criança e Adolescente da UGT-Brasil, estamos acompanhando o desenrolar desse crime terrível e cobrando medidas enérgicas para a condenação dos responsáveis. Também estamos cobrando das autoridades veemência na aplicação das leis, para que nenhum desses criminosos seja beneficiado com vantagens de liberação, mesmo que temporárias.
As consequências precisam ser exemplares e esse crime não pode ser tolerado nem justificado. Porque, se isso acontecer, representará um ataque a todas as mulheres, adolescentes e crianças brasileiras.
Punição a todos! Que a justiça seja feita!
Rumiko Tanaka
Diretora executiva
UGT - União Geral dos Trabalhadores