Enilson Simões de Moura
Vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores
08/03/2016
Segundo a Fundação Getúlio Vargas, se for mantido o estágio atual, as mulheres ganharão o mesmo que os homens somente em 2085! Uma das razões da diferença entre os salários é que, para a mulher, conseguir um emprego é mais difícil do que para um homem. A dupla jornada também atrapalha. Não há como negar. A mulher acaba trabalhando mais que o homem, mas recebe menos por isso, ainda que tenha melhor nível educacional.
A violência contra a mulher também continua em alta: três em cada cinco mulheres jovens já sofreram algum tipo de violência em seus relacionamentos, de acordo com o Instituto Data Popular. O mesmo levantamento aponta que 56% dos homens admitem que já praticaram algum tipo de agressão. Isso é inadmissível!
Além disso, as mulheres sofrem diariamente com o assédio nos transportes coletivos superlotados, onde imbecis desprovidos da mínima capacidade de civilidade se roçam de maneira abominável e o único sentimento que conseguem provocar é o asco absoluto.
Hoje, 8 de março, nos lembramos também das jornadas que levaram esta data a ser considerada o Dia Internacional da Mulher. Não foi um episódio único, mas sim vários. O mais emblemático foi o das mulheres que morreram em um incêndio na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York. As lutas pelo direito ao voto em todo o mundo e a luta das mulheres russas contra a participação desse país na Primeira Grande Guerra, no dia 23 de fevereiro (equivalente no calendário gregoriano a 8 de março) redundaram na adoção dessa data.
Porém, muito mais que um dia comemorativo, o dia exige uma profunda reflexão sobre a condição da mulher em nossa sociedade. A conclusão que se chega é que há pouco para comemorar. E muita luta a nos incentivar, homens e mulheres, pela efetiva igualdade entre os gêneros!
Enilson Simões de Moura – Alemão (vice-presidente nacional da UGT)
UGT - União Geral dos Trabalhadores