Paulo Rossi
Presidente da UGT-PARANÁ, do SINEEPRES e Secretário de Relações Internacionais da FENASCON
05/01/2015
O ano de 2014 ficará marcado para as futuras gerações de forma dicotômica: da euforia da realização da Copa do Mundo de Futebol em terras brasileiras às lágrimas das insanas derrotas para alemães e holandeses; À mais acirrada das disputas eleitorais dessa nova era democrática à luz que se vislumbrava no fim do túnel com a possibilidade de um novo governo para a República.
Mas o que interessa tudo isso para a classe trabalhadora? Nós, povo brasileiro, admiramos nossas conquistas e, amarguramos nossas derrotas de uma forma até mesmo passional. Quiçá os trabalhadores transferissem toda essa carga emocional para as decisões políticas da Nação. Assim teríamos mais representantes da classe trabalhadora nos poderes executivo e legislativo.
Infelizmente, a anestesia gerada pelos gols perdidos foi transferida para as urnas. E de uma forma descomunal, nós trabalhadores, deixamos de eleger nossos legítimos representantes, diminuindo sensivelmente nossa bancada de parlamentares na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. O eleitor que foi às urnas sorveu da mesma solução alucinógena dispersada nos estádios de futebol. E dessa forma foram eleitas muitas pessoas sem o mínimo de escrúpulos e de cidadania. Podemos contar nos dedos das mãos quais parlamentares estão de fato comprometidos com uma agenda trabalhista no Estado e no Congresso Nacional.
E assim como as derrotas sofridas na Copa, nós, nesse tempo presente, e nossas futuras gerações, sofreremos as amarguras do voto inconsequente. 2014 foi, sem dúvidas, um ano marcado na história brasileira. Para os dirigentes sindicais cabe em 2015 refletir sobre os descaminhos desse ano que fica no passado, e reavaliar os rumos de um movimento sindical cada vez mais unido e fortalecido, em condições de igualdade para exigir os legítimos direitos da classe trabalhadora, tão ameaçados por quem nos governa.
UGT - União Geral dos Trabalhadores