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Em entrevista concedida para o programa Ideias em Debate, José Roberto Cunha, Secretário Nacional de Economia da UGT e diretor do Sindicato dos Economistas, falou sobre a falta de educação financeira dos brasileiros.

Segundo ele, as crianças deveriam aprender na escola como planejar suas compras, comprar o necessário no momento certo e fazer pesquisa de preço.

Muitos adultos, e não só aqueles que fazem parte das camadas mais baixas da população, desconhecem conceitos básicos de economia também de economia doméstica. Não sabem como funcionam os bancos, como os juros afetam os preços, o que é a inflação e, principalmente, como fugir das dívidas.

Se a maior parte dos brasileiros soubessem como administrar o salário e as rendas, multiplicar as sobras (e com isso poupar), fazer compras inteligentes e saber usar os serviços bancários a seu favor, a saúde financeira das famílias estaria bem melhor.

Mas não é isso que acontece. No Brasil, por muito tempo, grande parte da população não tinha poder aquisitivo para adquirir produtos necessários, não podiam realizar seus sonhos. Quando essas pessoas passaram a ter um aumento de renda e ingressaram na classe média, o desejo de comprar era muito grande. E para realizar esse desejo, se endividaram.

O Jornal O Estado de São Paulo publicou uma matéria (que está aqui) sobre os erros que muitos ainda cometem quando usam o cartão de crédito.

O site de organização das finanças pessoais, Guia do Bolso, realizou uma pesquisa que aponta que as parcelas da fatura representam 36% dos gastos no cartão na população de mais baixa renda. Em relação à renda mensal, as parcelas equivalem a 10% da renda.

Se a pessoa tiver outros compromissos de longo prazo, como o financiamento imobiliário, essas parcelas podem fazer com que se comprometa grande parte da renda em gastos fixos. E para a inadimplência, é um pulo.

Isso é muito grave, porque o cartão é o crédito mais caro do mercado, com taxa média de 10,70% no mês de Junho.

Com as famílias endividadas, as compras diminuem e a economia de todo o país se ressente, tornando evidente a necessidade e importância de educação financeira.