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ARTIGOS

Marcelo Carvalho
professor, filósofo, presidente da União Geral dos Trabalhadores da Bahia (UGT-BA)


Brasil melhora em 2023, mas continua em dívidas com o trabalhador


19/12/2023

Mais de um ano se passou desde que 60 milhões de brasileiras e brasileiros foram às urnas e reelegeram Luiz Inácio Lula da Silva presidente. Um voto na esperança, na democracia, mas também uma resposta a um governo que obrigava o povo a ir para a fila do osso, à falta de vacina da Covid-19, à sangria de fake news e ao corte de verbas em áreas essenciais. Rearrumar a casa e as políticas públicas perdidas pelo caminho são as tarefas árduas que Lula e sua equipe terão até o final deste terceiro mandato.

Para promover a reconstrução do país, Lula tomou medidas rápidas e importantes em favor da indústria, da educação, da economia e dos trabalhadores. Trouxe de volta a política de valorização do salário mínimo, que passa a ser reajustado todos os anos, bem como programas sociais de enfrentamento à fome, desigualdade e déficit de moradia, a exemplo do Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. Tudo isso num ano de guerras na Ucrânia, no Oriente Médio e ameaças ao território da Guiana pela Venezuela.

Ainda como saldo positivo do primeiro ano de governo, destaque para a queda no custo da cesta básica em dezenas de capitais brasileiras, a criação de quase 2 milhões de novos empregos formais com carteira assinada, o endurecimento no combate ao trabalho escravo e o lançamento do programa Desenrola Brasil para os endividados. Na contramão de seu antecessor, preocupado mais com intrigas paroquiais, Lula usou do prestígio e foi ao exterior negociar pessoalmente com investidores, reposicionou o país no centro da geopolítica mundial e dos debates sobre meio ambiente.

Apesar de todos esses avanços, do retorno de um ex-metalúrgico ao poder, os trabalhadores brasileiros ainda não podem dizer que 2023 foi um ano de regozijo. O Congresso Nacional tem sido um entrave à categoria. O lugar onde pulula a vida do país e seus interesses em forma de projetos é hoje tão ou mais conservador do que antes, refúgio da bancada BBB (bala, boi e bíblia), que sabe apreciar e aprovar com absurda celeridade a agenda fascista e neoliberal.

Por esse motivo, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, tratou de projetos como o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) diretamente com o chefe do Executivo; quer resolver até março do próximo ano a portaria sobre trabalho do comércio em feriados; defende a retomada da negociação coletiva entre patrões e empregados; e tem levantado a necessidade de discussão sobre a redução da jornada de trabalho por deputados e senadores em Brasília.

Vem desde o ano de 2016, quando a presidente Dilma sofreu um golpe, a luta para reverter as tentativas de enfraquecimento do setor e o desastre provocado pelas reformas trabalhista e previdenciária. Encerramos o ano, contudo, confiantes de que as ações do governo venham a ser mais assertivas e mais afirmativas a favor dos trabalhadores e da geração de novos empregos, sobretudo para os mais jovens.

O ano de 2024 promete ser decisivo para a virada que o movimento sindical espera ver com a participação massiva de candidaturas ligadas ao mundo do trabalho nas eleições municipais. Em nível estadual, seguimos estimulados pelo fortalecimento do Conselho Estadual Tripartite e Paritário de Trabalho e Renda (Ceter-Bahia) e os notórios avanços na política de requalificação profissional, tornando a nossa entidade uma referência nacional.




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