Enilson Simões de Moura
Vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores
28/06/2023
A inegiblidade de Bolsonaro é uma obrigação da cidadania, dos bons costumes, da lei e de tudo o mais que sejam bons valores, mas, só isso não basta. Bolsonaro cometeu crimes aos magotes, zombou das normas jurídicas, fez pouco da Constituição e, pior, criou um séquito de desvairados que, impulsionados por sua alucinação, também praticaram desatinos às pencas.
Para se ter uma ideia da canalhice e da idiotice desses desvairados, seguem alguns exemplos: um deles, o candidato à prefeitura de São Simão (SP), afirmou nas últimas eleições, que a vacina contra a Covid-19 faria as crianças mudarem de sexo. Menino viraria menina e menina viraria menino. Chegou a propor a criação da Igreja Bolsonariana do Milênio para idolatrar Bolsonaro e o eleger presidente para sempre e ser substituído apenas por seus descendentes. Pastores questionados sobre a idolatria a um ser humano diziam: “É para idolatrar sim! Se não quiser, então vá pra o diabo que te carregue!”. Uma mulher afirmou que daria a vida por ele e que gostaria de morrer ao seu lado. Uma deficiente visual viajou centenas de quilômetros para lhe dar um recado: Bolsonaro havia sido escolhido pelo próprio Deus. Malafaia também o apresentou em sua igreja como sendo um escolhido do Senhor, um ungido e, dessa forma, segundo as crenças neopentecostais fundamentalistas, criticá-lo seria criticar o próprio Deus. Um ungido poderia fazer qualquer coisa sem ser alvo de críticas ou cobranças. Poderia sem contra as mulheres, ser racista, violento, corrupto, ser pedófilo, etc. Tudo estaria dentro dos propósitos de Deus. Acredite se quiser e puder.
O próprio Bolsonaro não cansou de se equivaler a Cristo. Na Páscoa de 2020 comparou sua facada com a ressurreição de Jesus. Em uma motociata, afirmou a seus seguidos que “estaria em meio deles aonde estivessem”.
Na prática, Bolsonaro impediu que respiradores chegassem às crianças, atrasou a vacinação o quanto pode, armou a população, disseminou ódio, roubou joias. Sua “capivara” é extensa.
Os pastores que fizeram de Bolsonaro um mito, tinham muito a ganhar com ele. Já recebem 70% da verba da saúde para o atendimento aos dependentes de drogas em clínicas. Mais que municípios. Agora miram o próprio Ministério da Saúde. Imagem o SUS administrado por essa gente... Médicos sendo substituídos por pastores...
Querem impor o que chamam de Teologia dos Sete Montes, ou seja, o controle da família, religião, educação, governo, mídias, artes e economia. Macedo publicou o “Plano do Poder de Deus” afirmando que a Bíblia exige a tomada e o estabelecimento do poder político ou de governo.
Quando a política passa a ser vista como uma guerra constante contra o mal absoluto, tudo é justificado.
Não foi à toa que ficaram na frente dos quartéis praticando todos os sortilégios possíveis.
O perigo está no ar.
UGT - União Geral dos Trabalhadores