Enilson Simões de Moura
Vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores
13/12/2022
Que fique bem claro: as depredações que ocorreram em Brasília possuem as digitais de todas as lideranças golpistas, principalmente do ainda presidente Bolsonaro e seu mentor espiritual, o nefasto Malafaia.
Poucas horas depois do Presidente ir até seus correligionários fanatizados e usar um “pastor” como ventríloquo de suas pretensões golpistas, a turba botou terror em Brasília depois da prisão do indígena Tserere, um misto de pastor e traficante de drogas. O “cacique” é vassalo, financiado e mora com sua família nas terras do paulista Dide Pimenta. Um dia antes dos eventos, Bolsonaro, em frente à sua militância fanatizada, garantiu que confiava “no que vocês vão fazer”. Fizeram esses crimes.
Bolsonaro usa indígenas, como esse cacique, para atacar indígenas; usa o negro Sérgio Camargo para atacar negros - chamou o movimento negro de “escoria; usa Damares para atacar as mulheres. Essa é a lógica perversa do presidente: o caos, a destruição.
Agora sabemos que os caminhões usados nos bloqueios também já foram úteis ao narcotráfico. Somando-se ao cacique pastor-traficante, fica claro perceber que a “organização” por trás desses atos terroristas se dá por meio do crime organizado, do narcotráfico entre outras gangues criminosas que precisam ser responsabilizadas exemplarmente.
Um ditado italiano diz que, entre o dizer e o fazer existe um oceano. O Ministro Alexandre de Morais tem dado mostras que não vai ficar só no dizer e isso parece estar apavorando as hostes criminosas do bolsonarismo.
Se por um lado Bolsonaro atua na política, na esfera religiosa Malafaia age com todo vigor para desacreditar as eleições e as urnas. Não se trata de um “pastor”, se trata de um criminoso que atenta contra a Constituição e contra o Estado Democrático de Direito. Não é por acaso que o Tserere também é “pastor” e encerra seu vídeo na Policia Federal com a frase: “esta é uma ordem!”. Ele sabe como manipular suas ovelhas assim como Malafaia as manipula exigindo, em plena pandemia, um aluguel de oferta para sua causa, a de se refrescar em um resort de luxo no nordeste. Malafaia não pode mais ser chamado de “pastor”. O termo para ele é bandido, charlatão, vigarista e criminoso.
Como ele, vários outros pastores estão por aí, em rede, fomentando esse terrorismo com os cosplays de patriotas. Se fantasiam de patriotas, mas, na verdade, agem como criminosos.
O objetivo é evidente: impedir a posse de Lula. Os meliantes tem visto suas apostas caírem por terra. Clamaram até mesmo a extraterrestres de maneira infrutífera. Isso não pode ser entendido como piada. Tem que ser chamado pelo nome certo: “terrorismo”.
Na medida em que a equipe de transição do governo eleito vai descobrindo o estado de desconstrução criminosa que ocorreu no Brasil do governo Bolsonaro, o pânico se instala ainda mais em suas hostes e é previsível que procurem saídas desesperadas.
O silêncio do atual Ministro da Justiça obrigou a que o Flávio Dino, apenas indicado como futuro ministro tivesse que vir a público para dizer o que estava sendo feito. Uma situação que demonstra, cabalmente, que sob Bolsonaro, as instituições não estão funcionando. Ainda mais quando ficamos sabendo que, mesmo diante daqueles atos criminosos ninguém foi preso. Ninguém levou bala de borracha, ninguém levou gás de pimenta. No dia anterior, pelo contrário, foram agraciados com um jantar patrocinado pela Michele Bolsonaro. Primeira dama golpista.
É preciso que sejam realizadas prisões preventivas já!
Essa gente na frente dos quartéis diz que quer “salvar o país”. Para eles o problema do Brasil não são a desigualdade de renda, a saúde precária, a falta de vacinas, a educação sendo tungada. Para eles os problemas do Brasil são os banheiros unissex nas escolas (que não existem), o casamento gay, entre outras sandices surreais.
Seguem a cartilha de Olavo de Carvalho que dizia: “ataquem nos outros o que querem fazer” e, assim, sob pretexto de “defender a democracia”, querem com ela acabar por meio de golpe.
É preciso agir com firmeza e colocar esses criminosos terroristas que são na cadeia. E já!
UGT - União Geral dos Trabalhadores