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Ciro Gomes tem dado ótimas contribuições ao país. Seu papel na construção do Plano Real não pode ser esquecido e, ainda que discorde de sua posição na última eleição presidencial, deve ter tido seus afetos insuperáveis para tomar a decisão que tomou. Não julgo.

Leonel Brizola foi por outro caminho em 1989. Ainda que tivesse suas diferenças com Lula, optou por apoiar integralmente aquele a quem chamou de “sapo barbudo”. 

São épocas diferentes e políticos com suas particularidades.

O momento, no entanto, é singular em nossa história. Nunca antes na história deste país o fascismo esteve tão perto de produzir retrocessos não civilizatórios que poderão ser irreversíveis. 

Os danos se fazem sentir por todos os lados. Saúde, educação, energia, infra estrutura, economia, fome, meio ambiente, precarização do trabalho. Praticamente não há para onde olhar sem contemplar com tristeza a destruição que se pratica hoje no Brasil. Isso para não se falar do ódio disseminado pela família miliciana que tomou o poder e propaga seus ressentimentos e mentiras não só para os seus semelhantes de caráter, mas também para aqueles mais sensíveis às manipulações políticas como as fake news. 

Assim, é fundamental que Lula seja eleito no primeiro turno. Ciro cumpriu seu papel, mostrou sua posição, mas deve tomar cuidado de não ultrapassar a linha vermelha que conduz à extrema direita. Suas diferenças pessoais com o PT não podem ficar acima do destino de milhões de brasileiros. As pesquisas indicam que muitos de seus votos estão migrando para o inominável. É preciso frear essa migração. É preciso que a posição majoritária na direção do PDT – de que se teve parar de atacar Lula - se torne hegemônica e o apoio a Lula venha ainda no primeiro turno. 

Se o inominável vencer a destruição que já vemos se multiplicará de maneira avassaladora. Nos tornaremos párias no cenário internacional, uma ilha de conservadorismo retrógrado, anacrônico e distópico. 

Conclamo meus amigos e conhecidos ciristas que votem em Lula ainda no primeiro turno. O Brasil não pode sucumbir ao fascismo.