05/05/2009
Marcos Afonso de Oliveira
Neste 4 de maio fez exatamente 223 anos que ocorreu uma segunda manifestação de protesto dos trabalhadores nas ruas de Chicago (EUA), para reivindicar redução da jornada de trabalho para oito horas diárias. Houve confronto com policiais que responderam com tiros, matando 12 pessoas e ferindo outras dezenas. No dia anterior (3) já tinha ocorrido fato idêntico: confronto com a polícia e operários mortos e feridos. Em síntese esses fatos foram as bases para a comemoração anual do Dia Internacional do Trabalho, conforme ficou decidido em reunião da Internacional Socialista, realizada no dia 20 de junho, em Paris.
Faço essa citação porque, decorridos quase meio século, no Brasil os trabalhadores voltam a lutar pela redução da jornada de trabalho, sem a redução dos salários. Felizmente, as manifestações até agora promovidas pela UGT (União Geral dos Trabalhadores) e demais centrais sindicais brasileiras, têm sido num clima pacífico. A justificativa do movimento sindical tem lógica porque pode contribuir para diminuir a taxa de desemprego, além de proporcionar aos trabalhadores que cumprem jornada de oito horas diárias, melhores condições de vida. Há 223 anos atrás, os operários trabalhavam até 12 horas, razão pela qual surgiu aquele fatídico movimento sangrento.
Temos que comemorar também o fato de que, pela primeira vez na sua história o Brasil é governado por um legítimo trabalhador. O governo Lula vem desenvolvendo esforços para que o brasileiro tenha uma vida mais digna. Mas é preciso lembrar que nem tudo é festa. Por esse Brasil a fora existe milhões de trabalhadores vivendo em situação de penúria. A crise financeira internacional tem resultado em demissões em massa nas grandes empresas. No país ainda há denúncias de trabalho escravo. É preciso acabar com isso. E só o conseguiremos quando a categoria estiver unida e mostrar sua força, lutando pela preservação de seus direitos constitucionais.
Deixando de lado um pouco o passado e voltando para a atualidade, cabe registrar aqui a homenagem que a UGT, CTB e Nova Central prestaram aos trabalhadores de São Paulo. Pela primeira vez três centrais sindicais estiveram juntas para promover uma mega-festa que levou para a Av. São João, região central de São Paulo, um público estimado pelos organizadores em 300 mil pessoas. Foi sem dúvida alguma um verdadeiro 1º de Maio Unificado".
(Marcos Afonso de Oliveira é Secretário Nacional de Divulgação e Comunicação da União Geral dos Trabalhadores)."
UGT - União Geral dos Trabalhadores