14/04/2009
Marcos Afonso de Oliveira
Ao ler os principais jornais desta terça-feira(14) uma notícia me chamou a atenção. Refiro-me às medidas tomadas pelo presidente democrata dos Estados Unidos, Barack Obama em determinar a suspensão das restrições relacionadas às viagens de cubanos à ilha e da remessa de dinheiro a seus familiares. Com isso a Casa Branca confirma as medidas prometidas por Obama durante sua campanha eleitoral. Existe ainda a possibilidade de se iniciar vôos comerciais entre os dois países.
Acredito que essa iniciativa seja de suma importância, até porque existem cerca de 1,5 milhão de cubanos residindo em território norte-americano. São pessoas que, em sua maioria fugiram da pátria onde nasceram por razões diversas, inclusive ideológicas. E essa fuga tem se tornado freqüente. Basta citar que durante os Jogos Panamericanos de 2007, realizados no Rio de Janeiros, alguns atletas cubanos resistiram em retornar para Cuba.
A suspensão das restrições, tomada pelo presidente Barack Obama não irá contentar somente aqueles milhares de cubanos que vivem nos EUA. A eles devem se somar seus familiares, acreditando que esse número possa pelo menos triplicar. A partir de agora, toda essa gente poderá retornar a Cuba livremente e, o que é mais importante, remeter mais dólares para a pátria-mãe, dinheiro que certamente circulará pelo mercado e prestadores de serviços cubanos. Trocando em miúdos, isso representa melhores condições de vida.
Quanto às declarações do ex-presidente Fidel Castro, dando conta de que Cuba não irá estender as mãos pedindo esmola aos Estados Unidos", isso deve ser mais uma opinião pessoal que não reflete a realidade. Duvido que familiares e até amigos dos 1,5 milhões de cubanos e cubanas beneficiadas com as medidas anunciadas pela Casa Branca concordarão com Fidel. É preciso que se entenda que o fim dessas restrições está calcado em princípios dos Direitos Humanos e vai, diretamente, reforçar os laços familiares.
De um modo geral, a iniciativa do presidente dos EUA representa um parcela sobre outras que poderão surgir num futuro bem próximo. Obama deve está bem assessorado na esfera da política internacional e a suspensão dessas restrições nada mais é do que o começo de um processo para "aparar as arestas" que vinham impedindo ou dificultando as relações entre os dois países até que se chegue a uma abertura total.
Só que para isso é necessário que haja uma contrapartida do Alto Comando de Cuba. No mais, é só esperar pelos resultados dessas ações repito, importantíssimas não só para Cuba, mas para a América Latina.
(Marcos Afonso de Oliveira é Secretário Nacional de Divulgação e Comunicação da União Geral dos Trabalhadores)."
UGT - União Geral dos Trabalhadores