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ARTIGOS

Enilson Simões de Moura
Vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores


Ele só pensa naquilo: no golpe!


20/09/2021

Bolsonaro acena com mais uma iniciativa claramente golpista: a criação de uma polícia política. Na medida em vê seus índices de popularidade indo para o ralo, a falta de respaldo por parte das Forças Armadas e mesmo das cúpulas das policias militares e Federal, mais fica atiçado em relação às suas medidas totalitárias. 

Nada a justifica. O Estado já dispõe de mecanismos de controle e punição de ações chamadas de “terroristas”, mas o presidente quer que esses mecanismos estejam diretamente a ele subordinados. Busca ter acesso irrestrito a informações sobre qualquer cidadão ou empresa que desejar. É inaceitável! 

Hannah Arendt em seu texto “Origem do Totalitarismo”, já alertava que todos os regimes totalitários dependem de uma polícia política para infundir o medo na mente de cada cidadão e reprimir prontamente – e com violência – qualquer sinal de descontentamento. Assinalou também que a função principal desse tipo de polícia é, fundamentalmente, prender pessoas consideradas “inimigas do Estado”. 

Encontramos similaridade histórica na polícia política criada no regime nazista de Hitler: a Gestapo que o ditador usava para estimular atividades cada vez mais radicais em relação às medidas de controle que já existiam. 

Para que uma polícia como essa tenha sucesso, é fundamental a colaboração de parte da população. Hitler os chamava de “bons cidadãos”, Bolsonaro os chama de “cidadãos de bem”. A maior parte das investigações se iniciava com a denúncia desses “bons cidadãos”. A Gestapo não só impunha sua vontade como pedia às pessoas que policiassem o comportamento dissidente. Assim como na idade média, bastava um desacerto pessoal para que este revertesse em “denúncia”. 

Bolsonaro não vai parar, não vai moderar seu discurso. Ele próprio já admitiu isso em conversa com seus apoiadores do “cercadinho”. 

Como diz a composição de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, “a lição sabemos de cor, só nos resta aprender”. As democracias podem ser corroídas por dentro, é uma receita conhecida e estamos assistindo essa corrosão sem uma resposta a altura. Os bolsonaristas tomam as ruas e fazem barulho suficiente para terem suas redes sociais inflamadas. Claro, elas não são suficientes para 2022, mas a influência de Bolsonaro ainda é considerável e não pode ser subestimada. 

É preciso vencer as diferenças, planos políticos pessoais e apostar numa frente ampla. Sem ela, viveremos aos sobressaltos até outubro de 2022. Será que aguentaremos?




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