Enilson Simões de Moura
Vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores
02/06/2021
A atuação criminosa das PMs de Pernambuco e também de Goiás revelam algo que pode estar sendo gestado na soldadesca - pelo Brasil afora - como base de apoio de Bolsonaro.
A PM de Pernambuco atuou como as forças militares atuavam durante a ditadura militar: com truculência e autoritarismo inconcebíveis em tempos de democracia. Atirar como atiraram nos manifestantes provocando, inclusive, danos permanentes em alguns, é imperdoável. Fez bem o governador do Estado em afastar o comandante, mas não basta. É preciso investigar a fundo a origem da ordem de conter a pacífica manifestação. É preciso que se apure com seriedade quem estava por trás dessa diretriz.
Bolsonaro já se declarou, no passado, admirador do ditador populista Chaves. Uma das artimanhas do venezuelano foi, justamente, conquistar a simpatia da soldadesca para que tivesse força contra a sociedade civil. O resultado, todos conhecemos.
A ação da PM de Pernambuco não pode ser tomada como uma atitude isolada. O professor detido em Goiás por se recusar a retirar do carro a faixa que trazia a frase “Fora Bolsonaro Genocida!” é um reflexo dessa escalada autoritária que estamos vivendo. Há um claro “empoderamento” das forças policiais que se sentem confortáveis para defender Bolsonaro e usar de quaisquer meios para isso.
Os sinais estão aí. A flexibilização do uso de armas de fogo é mais um deles. Quem está se armando senão a militância bolsonarista e seus milicianos?
É preciso que os governadores e a sociedade civil organizada que ainda resta estejam atentos. Como diria Osmar Santos “cochilou o cachimbo cai”. Fiquemos atentos.
UGT - União Geral dos Trabalhadores