Ricardo Patah
Presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT
05/03/2020
A religião é tão antiga quanto o homem. Sua forma varia conforme a história e as circunstâncias. Mas sua efetividade é permanente e toca amplos setores da atividade humana. A arquitetura, a música e as artes plásticas, entre outras, são áreas que carregam forte influência da religiosidade.
Bem, e o que o sindicalismo tem a ver com as religiões ou a religiosidade? Tem muito a ver. Observe que, segundo a tradição cristã, Deus fez o mundo sem seis dias e descansou no sétimo. Portanto, trabalho, Deus e descanso possuem íntima familiaridade.
Desconheço religião que não exalte o trabalho e as obras. E o que é a vida de um comerciário, um metalúrgico, um professor, um bancário? É vida de trabalho e de obras. Não há, pelo menos nas quatro grandes religiões mundiais atuais - cristã, islâmica, judaica e budista - qualquer culto à intolerância ou à exclusão.
Da mesma forma que as religiões agregam os fieis em torno de princípios e de doutrinas, o movimento sindical também é uma força aglutinadora. O Sindicato agrega uma categoria profissional, defende seus interesses, luta por mais direitos. O sindicalismo, ao longo do tempo, também combate com firmeza a intolerância e a exclusão.
Esse entendimento levou o Sindicato dos Comerciários de São Paulo ao projeto “Sindicalismo e Religiões”. Temos, em nossa base, cerca de 500 mil trabalhadores, adeptos das mais diversas confissões religiosas. Queremos, com essa iniciativa, abrir um canal de diálogo com a religiosidade, por diversos meios, incluindo um programa de entrevistas na TV Comunitária da cidade de São Paulo, bem como pelas nossas redes sociais.
Ao ensejo do 1º de Maio, o projeto “Sindicalismo e Religiões” reunirá lideranças e ativistas das mais variadas confissões, para comemorar o Dia do Trabalhador. A oportunidade, entre outros objetivos, servirá para que lideranças religiosas estreitem o relacionamento entre si e conheçam mais de perto a prática sindical.
As religiões pregam a fraternidade, a solidariedade e a paz. O sindicalismo, ao buscar mais justiça e equilíbrio social, atua também como um construtor da paz. E a paz é condição efetiva para que haja evolução pessoal e progresso coletivo.
Ricardo Patah
Presidente do Sindicato dos Comerciários de SP e da União Geral dos Trabalhadores (UGT).
UGT - União Geral dos Trabalhadores