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02 de julho: Com tiranos não combinam brasileiros corações


02/07/2019

Em 2009, num cenário político extremamente favorável ao povo brasileiro e um contexto social totalmente oposto ao ódio e as disputas que vivenciamos atualmente, fiz um texto enaltecendo o dia 02 de julho, como a data cívica mais importante da Bahia e uma das mais grandiosas do Brasil.

 

Há 10 anos, vivíamos um tempo de paz e de prosperidade. Tempos em que o índice de desemprego era relativamente baixo, girando em torno de 8,1%, em que 26 milhões de brasileiros haviam saído da miséria e que na economia, o país havia sentido os efeitos da crise de 2008, mesmo assim havia crescido 2% no último trimestre, segundo dados do IBGE (Instituto de Geografia e Estatística).

 

Uma realidade totalmente diferente da que vivemos atualmente, onde o presidente mais popular da história do Brasil encontra-se preso, sem provas cabais para tal, tendo como algoz um juiz suspeito de ter cometido irregularidades em seus processos, que com o pretexto de combater a corrupção interferiu no processo eleitoral de 2018, quebrou o setor de construção do país, colocou milhares de brasileiros na triste estatística do desemprego e por fim, aceitou ser ministro do governo beneficiado por suas ações enquanto magistrado. O que é vergonhoso para nós, como brasileiros, mas acima de tudo para a imagem que o Brasil apresenta internacionalmente.

 

Vivemos um período em que o Brasil era respeitado em qualquer região do mundo, hoje somos obrigados a ver nossos governantes baterem continência para bandeiras estrangeiras e mostrou subserviência aos americanos, sem mencionar que o episódio que foi divulgado pela imprensa que o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, se negou a participar de uma cerimônia em homenagem ao presidente brasileiro, afirmando que \"Seu ódio não é bem-vindo aqui\".

 

Agora, na realização da 14.ª reunião de cúpula do G20, que acontece nos dias 28 e 29 de junho, em Osaka, no Japão, o presidente do nosso País resolveu dizer que deveríamos vender bijuterias de Nióbio, chegou ao evento em atrito com o líderes europeus, numa ação no mínimo deselegante, mas seguida de perto por seu fiel escudeiro, o general Augusto Heleno, ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República), que no auge da falta de educação e de traquejo político, mandou “procurar sua turma” a chanceler da Alemanha, Angela Merkel e os demais países que fizeram criticas a política ambiental brasileira.

 

Não apoiei o governo que está aí e que foi eleito seguindo as regras da nossa Constituição, mas eu esperava que minimamente ele pudesse recuperar nosso prestígio internacional, abalado por um impeachment respaldado num falso crime de responsabilidade. Sinceramente, eu achava que após as eleições e aquele clima de divisão de torcidas rivais, no melhor estilo Ba-Vi, iria se apaziguar, o que não ocorreu e pelo contrário, esta é uma situação que é incentivada pelo próprio Presidente da República em suas redes sociais.

 

Enquanto isso, nossa economia continua estagnada, o índice de desemprego não para de subir, assim como a quantidade de empresas que estão fechando as portas. Os problemas não param de aumentar, contudo a prioridade do Planalto é a tomada de três pinos, uma caça às bruxas para encontrar e punir pessoas com ideologia política diferente da adotada pelo governo atual e a erradicação do movimento sindical, para que os trabalhadores não se organizem e não tenham força para lutar por seus direitos.

 

Neste ano, o 02 de julho representa o enfrentamento a essa situação. É um momento que se entrelaça ao contexto histórico que mistura uma independência formal e duvidosa, em 22 de Setembro de 1822, conquistada com um grito e a independência de fato, que veio em 02 de Julho de 1823, conquistada pelos baianos, pelos negros e pelos índios contra a tirania. Lutando através do Recôncavo para sitiar a capital dominada por tropas portuguesas.

 

A participação popular é a marca das lutas do 2 de julho que se expressa nas comemorações que ocorrem há quase dois séculos, para ser mais exato 196 anos, com um cortejo que sai do largo da Lapinha e segue pelo Centro Histórico até o Terreiro de Jesus, e é tradicionalmente palco de protestos dos mais variados.

 

Todos ao 02 de julho.

 

Viva o 02 de julho.

 

Viva a luta dos trabalhadores.




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