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Assim como já fiz no ano passado, perguntarei novamente: O que temos para comemorar neste dia do Aposentado? Até parece redundância, falta de assunto, mas na verdade isso nada mais é do que o retrato da incompetência governamental que, com sua postura autoritária, pratica uma política de “aposentadoria indecente”, não negociando com a categoria, não consultando o segmento, não criando condições ou apresentando propostas de melhoria para os graves problemas enfrentados pelos aposentados, pensionistas e  idosos do Brasil.

O INSS tem mais de 28 milhões de aposentados no Brasil e, somente uma pequena parcela desses beneficiários consegue sobreviver com o que recebem, pois conseguiram poupar e possuem previdência privada ou algum outro tipo de reserva, o que lhes proporciona certa qualidade de vida. Mas a grande maioria vive de forma subumana, dependendo de ajuda de parentes próximos para conseguir suprir com seus gastos mensais, principalmente com remédios, que não param de aumentar, já que a o IPC-3i (Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade), da FGV (Fundação Getulio Vargas), fechou 2015 em 11,13%, enquanto o índice geral da fundação foi de 10,53% no período de janeiro a dezembro.

Diante dessa realidade, cerca de 600 mil brasileiros continuam na ativa, ou seja, voltaram a trabalhar na informalidade. Este é um retrato que é lastimável e força o aposentado a voltar à ativa em busca de algum complemento para não ter de viver na dependência de filhos e de favores de terceiros.

Para agravar essa questão, o governo segue sem tomar providência para mudar esse quadro. Pelo contrário, o Brasil mergulhou numa ferrenha crise (política e econômica), não existe objetividade para enfrentar os efeitos da atual conjuntura e o País continua com as maiores taxas de juros do mundo, o que estrangula nossa economia, tira a competitividade de venda dos produtos produzidos na indústria brasileira, agrava o processo de desindustrialização, sacrifica empregos e atinge, diretamente, todo o sistema previdenciário nacional.

Diante de toda essa situação, constrangedora e indigna para a classe aposentada brasileira, nós do Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da União Geral dos Trabalhadores (SINDIAPI-UGT) estamos propondo a criação de uma Política Nacional de Aposentadoria Decente, projeto que segue os mesmos moldes da já existente Política Nacional de Trabalho Decente, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que tem quatro objetivos estratégicos: respeito aos direitos no trabalho, promoção do emprego produtivo e de qualidade, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social.

Enquanto nossas propostas não avançarem e não existe vontade política para resolver nossos problemas, como vamos comemorar o que no Dia 24 de janeiro. Podemos até festejar e parabenizar os nossos valorosos  aposentados  brasileiros , mas vamos usar essa data também para refletir o que precisamos fazer para reverter esse quadro, pressionar os órgão governamentais a nos ajudar a achar soluções imediatas em prol este segmento que ajudou e muito  a nossa nação, neste  momento, estamos em uma situação por demais  desfavorável, e necessitamos apoio de toda a  sociedade e em especial do movimento sindical.

Parabéns aposentados!  

Natal Leo – presidente Sindicato dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da União Geral dos Trabalhadores (SINDIAPI-UGT)