Miguel Salaberry Filho
Presidente do SECEFERGS e Secretário Nacional de Relações Institucionais da União Geral dos Trabalhadores (UGT)
31/12/2015
Qualquer chefe de família sabe que não pode gastar mais do que recebe e todo empresário está ciente de que só pode gastar dentro do orçamento. Aplicar os recursos, sem desperdícios, é um princípio básico da gestão e de matemática elementar.
Caso o governo brasileiro raciocinasse assim, não teria atolado a economia na crise, nem precisaria apelar para pacotes de última hora, sempre anunciados no final do ano. Cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), criada no ano 2000 para forçar os gestores públicos a limitar os gastos, seria mais lógico que recorrer às chamadas “Pedaladas Fiscais”.
Distribuindo mal os recursos que arrecada, o governo se perde em reformas que afetam os direitos sociais e não tocam nos privilégios da elite, que passa longe da crise, como os banqueiros, que acumularam R$ 54,8 bilhões de lucro no terceiro trimestre de 2015, enquanto a indústria recuou mais de 6%, no primeiro semestre, e o comércio registrou maior queda nas vendas, desde 2003. Mesmo assim, os bancos cortaram 8.247 postos de trabalho em todo o país, de janeiro a novembro, com 1.928 vagas fechadas apenas no penúltimo mês do ano.
Sem consultar o movimento social, o Governo Dilma termina mal o ano de 2015 e reprisa os atos praticados no final do ano passado, quando desagradou a maioria para aparentar preocupação com o ajuste fiscal.
Em 15/12, centrais sindicais e empresários entregaram à presidente o documento Compromisso Pelo Desenvolvimento, que inclui sete propostas para acelerar o crescimento e vencer a crise, com retomada do investimento público e privado em projetos de infraestrutura, incentivo à indústria de transformação e ampliação do crédito.
Escute os trabalhadores, presidente!
UGT - União Geral dos Trabalhadores