Clair Spanhol
Presidente da FETRACOOP - Federação dos Trabalhadores Celetistas em Cooperativas do Estado do Paraná e membro do colégio de vice-presidentes da UGT-PARANÁ.
16/12/2015
A economia brasileira estagnou de vez e as consequências recaem durante sobre o comércio, a indústria, a construção civil e a prestação de serviços que começam a cortar totalmente os investimentos e reduzir a oferta de produtos de bens duráveis e imóveis. Reflexo da retirada do crédito facilitado pelas instituições financeiras públicas e a elevada taxa de juros para o financiamento de atividades que, acostumadas com tais facilidades, começam a sentir fortemente a redução da busca pelos seus produtos e também a elevação dos custos de produção pela excessiva carga tributária cada vez mais agressiva na busca incansável da equipe econômica em reestabelecer o equilíbrio nas contas públicas.
Ocorre que o atual governo não conta mais com a liderança e a credibilidade que gozava quando os cargos e ministérios eram moeda forte pelo apoio nas medidas governistas e faziam passar como rolo compressor sobre a oposição.
Com as mentiras aplicadas aos brasileiros, a presidente Dilma conseguiu renovar seu mandato em 2014, mas tem agora que conviver com a triste realidade - de que a verdade veio à tona, e, que as maravilhas apresentadas no período eleitoral não existiam e o que de fato existe é um rombo gigantesco que tem produzido medo e apreensão na vida dos cidadãos.
Para piorar, a temida inflação - maior vilã dos salários está de volta e com força. Causada especificamente pela corrupção que desviou bilhões da maior empresa brasileira(Petrobrás). Tudo parece redundante, pois estamos cansados de ouvir isso nos telejornais. Mas o que pouca gente sabe é que um país como o nosso que vem encolhendo sua economia em 3%, enquanto a média de crescimento mundial é de 3%, significa dizer que estamos nos distanciando a cada ano do resto do mundo em 6%, sem contar que nossos jovens estão saindo das faculdades sem uma perspectiva profissional. Ainda em pequena comparação de economias em desenvolvimento como a China que entrou num pequeno declive na sua economia crescerá mais de 7% nesse ano.
Países como o Brasil não podem crescer abaixo de 8% para se consolidar no mercado mundial como um país estável e capaz de atrair investimentos para que consigamos elevar os índices de desenvolvimento humano e social que garanta a dignidade da pessoa humana.
Nesse ambiente de instabilidade, de pedidos cassação de mandato, de juros altos, inflação galopante e de desempregos que já ultrapassam os 8 milhões de postos de trabalho ceifados, os trabalhadores estão a assistir mais um filme de terror e de medo, calejados pela carga tributária que consome 54% de tudo que se ganha e com a promessa de que mais maldades virão.
Atônitos e sem rumo, a classe trabalhadora espera mudanças na política econômica sem que recaia mais uma vez no bolso e nos ombros daqueles que realmente constroem o Brasil com o suor do rosto, da inteligência e da persistência em encontrar um motivo que nos orgulhe de dizer que somos brasileiros e não desistimos NUNCA!
CLAIR SPANHOL - Presidente da FETRACOOP - Federação dos Trabalhadores Celetistas em Cooperativas do Estado do Paraná e membro do colégio de vice-presidentes da UGT-PARANÁ.
UGT - União Geral dos Trabalhadores