Regina Pessoti Zagretti
Secretária Nacional da Mulher da UGT e Presidente do Sincomerciários de Ribeirão Preto
28/10/2015
Nós, mulheres, engajadas na luta pelo combate à violência contra a mulher, nos fortalecemos domingo, 25/10, quando o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2015, teve como tema de redação "A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira". Possíveis soluções para essa triste realidade também foram cobradas. Conforme o Ministério da Educação, foram mais de sete milhões de estudantes que fizeram o Enem. Ou seja, um número bem satisfatório de pessoas refletindo sobre a importância de se acabar com essa agressão.
Recentemente, num Fórum na cidade de Ribeirão Preto, do qual participei, além de assuntos como igualdade de gêneros, principalmente diante da equiparidade salarial na mesma função e jornada, destacou-se a importância de inserir esta discussão nas escolas. Objetivo: conscientizar os jovens do quanto é preciso desmistificar de nossa sociedade a persistente educação patriarcal, que consiste em criar a mulher para se casar e ter filhos, e o homem para trabalhar e sustentar a família. Hoje os tempos são outros, a mulher em muitos lares é chefe de família e continua a fazer sozinha todas as tarefas da casa.
Para muitos, os dados apresentados no caderno de apoio para o desenvolvimento da redação eram desconhecidos até o último domingo. Agora está aí, em redes sociais, nos jornais, na mídia e nas casas das famílias brasileiras. Os dados são assustadores. Exemplo: sete em cada dez vítimas que telefonaram para o ligue 180 afirmaram terem sido agredidas pelo companheiro. Tem mais: 237 mil relatos de violência foram feitos ao ligue 180, serviço telefônico da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres (segundo fontes do Conselho Nacional de Justiça, Departamento Penitenciário Nacional e Secretaria de Políticas para as Mulheres). São números alarmantes e não podemos deixar que continue acontecendo essa agressão.
Demos mais um passo importante. A consciência sobre este mal é a nossa maior aliada. Não estamos sozinhas. Nós, como representantes das mulheres, temos o dever de continuar a luta, e o intuito é zerar a desigualdade, a violência, a discriminação e as estatísticas com muito trabalho e conscientização, mostrando que homem e mulher podem, sim, desenvolver as mesmas tarefas em casa dando exemplo aos filhos, pois é o primeiro passo para combater a violência. Denuncie. 180 - Sigilo absoluto!
Regina Pessoti Zagretti
UGT - União Geral dos Trabalhadores