Ricardo Patah
Presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT
05/08/2015
Que o País está em crise, é fato. E isso pode ser atribuído aos equívocos e erros cometidos pelo Governo na condução da economia. As denúncias sobre desvio de dinheiro e pagamento de propina de empreiteiras contratadas pela Petrobrás turbinou a crise e levou o Governo ao descrédito e o País quase paralisou pela falta de investimentos.
O resultado tem sido devastador no maior patrimônio do trabalhador, o emprego. Milhares de postos de trabalho estão sendo fechados em todos os pontos do País, com a recessão batendo a nossa porta e sem perspectiva de melhora a curto prazo. Além disso, a denúncia do delator Júlio Camargo, de que o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, exigiu 5 milhões de dólares de propina, foi como jogar um balde de gasolina na fogueira.
Para o trabalhador, que acorda cedo todos os dias e tem de suar muito para ganhar seu salário no fim mês e pagar todos os impostos, é revoltante ouvir que um deputado, eleito para representar o povo e que ocupa o terceiro posto na linha de sucessão presidencial, exigiu propina por conta de negócios da Petrobras. É como se a corrupção estivesse enraizada na sociedade brasileira. Um Vale tudo.
A realidade, no entanto é outra. O brasileiro é trabalhador, honesto e repudia a corrupção. Ela, na verdade, é o grande mal do nosso País. E é por isso que os mecanismos de combate aos corruptores e aos corrompidos devem ser aperfeiçoados a cada dia. Os países mais desenvolvidos mostram que acabar totalmente com a corrupção é impossível, mas diminuí-la a níveis próximos de zero é fundamental para a vida digna ao povo.
No Brasil, muitos praticam atos ilegais por acreditarem que nunca serão pegos. Infelizmente, a impunidade e a fragilidade dos nossos órgãos de fiscalização acabam servindo de incentivo para os malfeitores. Mas todos nós sabemos que o desenvolvimento de uma Nação passa, necessariamente, pelo combate à corrupção. Um país corrupto nunca será desenvolvido.
A prisão de poderosos envolvidos no esquema de desvio de dinheiro e pagamento de propina pela Petrobrás mostra que há luz no final do túnel e que o Brasil tem jeito. Vendo grandes empresários das maiores empreiteiras do País atrás das grades (alguns já condenados a até 15 anos de prisão), é muito provável que aqueles que têm o hábito de fazer mau uso do dinheiro público pensem e repensem mil vezes antes de cometer algum crime.
Tolerância zero aos corruptos deve ser a meta perseguida. Ela levará o Brasil a dias melhores.
UGT - União Geral dos Trabalhadores