Ricardo Patah
Presidente nacional da União Geral dos Trabalhadores - UGT
14/07/2015
Os números já são assustadores. Os juros dos cartões de crédito e do cheque especial nunca estiveram tão altos como agora.
E o ajuste fiscal, que traz como pano de fundo um conjunto de incertezas econômicas e políticas, pode fazer com que esses números virem uma tragédia para os consumidores brasileiros, que já estão altamente endividados, muitos já desempregados ou ameaçados pelo desemprego, além de sofrerem com a perda do seu poder de compra devido à ressurreição do dragão inflacionário.
É bom não esquecermos que juros altos significam transferência de renda do pobre para o rico, do trabalhador para banqueiro, provocando ainda mais desigualdade econômica em nosso país.
A tragédia dos juros, tanto dos cartões de crédito quanto do cheque especial, pode ser vista no levantamento que fizemos e está disponível em nosso site.
Os efeitos dos juros altos são claros. O percentual de famílias brasileiras endividadas alcançou 62% em junho, segundo Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O cartão de crédito foi apontado como principal motivo do endividamento por 77,2% dos núcleos familiares.
Também pudera, com essas taxas de juros, ninguém aguenta.
Taxas de Juros de Cartões de Crédito por Instituição Financeira
Classificadas por ordem decrescente de taxa
Período: 24/06/2015 a 30/06/2015
Modalidade: Pessoa Física – Cartão de Crédito Rotativo
Fonte: Banco Central do Brasil
Elaboração: Eduardo Rocha – Economista da UGT
Taxas de Juros de Cheque Especial por instituição financeira
Classificadas por ordem decrescente de taxa
Período: 24/06/2015 a 30/06/2015
Modalidade: Pessoa Física – Cheque especial
Fonte: Banco Central do Brasil
Elaboração: Eduardo Rocha – Economista da UGT
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