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UGT Press 439: Rota da seda


24/03/2015

ROTA DA SEDA: a rota da seda conectava Xi’an na China até Antioquia na Ásia Menor e Veneza na Itália. Teve influências em regiões longínquas como o Japão e Coréia. Pode ser considerada a maior rota comercial do mundo antigo, envolvendo e ajudando no desenvolvimento de vastas regiões como a Mesopotâmia, o Egito, a Pérsia e a Índia. Existiam várias rotas: a rota norte atravessava o leste europeu, passava pela Criméia, pelo mar Negro, o mar de Mármara, chegando aos Bálcãs e dali à Veneza. A rota sul percorria o Turcomenistão, a Mesopotâmia e a Anatólia, chegando ao mar Mediterrâneo, ao Egito e ao Norte da África (Wikipédia). Havia também rotas marítimas ligando portos e ajudando a desenvolver o comércio por mar, principalmente no contorno mediterrânico.

 

MUNDO ANTIGO: os historiadores registram inúmeras ocorrências que provam a existência das trocas comerciais no mundo antigo: animais domesticados, importados da Ásia pelos povos do Saara; a presença de lápis lazuli em várias partes e cuja origem estava no noroeste do Afeganistão; o cedro do Líbano foi encontrado no Egito antigo; a exportação do estanho britânico foi responsável pelo progresso das ilhas, encontrado em diversas regiões da Europa; cerâmicas de várias origens têm sido descobertas em vários lugares. A história também está bem documentada em relação ao progresso da navegação no mar Mediterrâneo. Sem dúvida, a rota da seda foi a propulsora deste enorme progresso, do qual somos herdeiros.

 

OUTRAS INFLUÊNCIAS: a Rota da Seda, o comércio marítimo, o contato entre povos diferentes fizeram com que houvesse também a difusão de idéias e a propagação de religiões. Crê-se que a fé budista penetrou na China no século I, antes de Cristo e, mais tarde, foi a vez de outras crenças. Influências artísticas foram notadas (estilos helenístico, iraniano e chinês foram mesclados). A Europa se beneficiou das descobertas e progressos tecnológicos do Oriente, casos da cartografia, da pólvora, do astrolábio, do compasso, da bússola, etc., que permitiram de muitas formas o desenvolvimento do Renascimento e a Era da Exploração, culminando com a descoberta da América.

 

NOVIDADE: o governo chinês anunciou “a nova rota da seda”, criando um fundo no valor inicial de 40 bilhões de dólares. Eles pretendem construir uma “estrada” contendo rodovias, ferrovias, oleodutos, cabos de fibras óticas e outros equipamentos de comunicação modernos por nada menos do que oito mil quilômetros que separam Xi’an de Veneza. Este talvez seja o mais ambicioso dos projetos chineses, destinado a combinar interesses domésticos e externos da China, fazendo frente à Parceria Trans-Pacífico (TPP), um acordo comercial promovido pelos Estados Unidos com onze países, sem incluí-la, afirma o especialista David Kelly. Já David Gosset, diretor da Escola de Negócios Internacionais China-Europa foi mais longe: “A rota pode ser entendida como um Plano Marshall com características chinesas. Ela fortalece os vizinhos, contribui para o crescimento e os coloca num sistema projetado por Pequim” (Folha, 01/03).

 

PARTICIPAÇÃO: segundo informaram fontes do governo chinês, mais de 50 países se interessaram em participar da Nova Rota da Seda. A China, ao lado da rota terrestre, pretende desenvolver também uma nova rota marítima da seda, partindo de Guangzhou e chegando a Roterdã na Holanda. Para isso, precisará investir na modernização de velhos portos e na construção de novos. As novas rotas não são apenas planos governamentais incipientes. Já saíram do papel e no próximo mês, a China poderá assinar acordos de investimento com o Cazaquistão e o Paquistão. Marcelo Ninjo, correspondente da Folha em Pequim, escreveu: “É só o começo de um projeto que no futuro, especulam analistas, poderia levar a corte de tarifas e à criação de um espaço econômico comum da Eurásia, cobrindo 60% da população mundial”. No mínimo impressionante. Enquanto isso, o “gigante” Brasil ainda não conseguiu totalmente implantar com competência a sua “saída para o Pacífico”.

 

ATUALIDADES: o presidente da Confederação Geral dos Trabalhadores da Colômbia (CGT), Júlio Roberto Gómez, também vice-presidente da Confederação dos Trabalhadores/as das Américas (CSA), foi designado pelo presidente Juan Manoel Santos para participar da Comissão Assessora de Paz (CAP), numa clara tentativa de reforçar os programas de paz internos no país, que se encontram há décadas conflagrados. A UGT-Brasil, por seu presidente Ricardo Patah, cumprimentou o companheiro presidente da CGT-Colômbia, desejando-lhe sucesso no novo desafio e manifestando a certeza de que a presença de Gómez na Comissão é garantia de transparência e bom trabalho. Igualmente, cumprimentou o presidente Santos pela feliz escolha.




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