21/05/2018
NO MUNDO: segundo a Oxfam (https://www.oxfam.org.br), organização não governamental do Reino Unido, “apenas oito homens possuem a mesma riqueza que os 3,6 bilhões de pobres que compõem a metade mais pobre da humanidade”. O relatório “Uma economia humana para os 99%” aponta que a diferença entre ricos e pobres aumenta a cada edição do estudo. “Os 50% mais pobres da população mundial detêm menos de 0,25% da riqueza global líquida”. É neste grupo que se encontram cerca de 3 bilhões de pessoas vivendo abaixo da “linha ética de pobreza”. Segundo a diretora da Oxfam no Brasil, Kátia Maia, “o relatório detalha como os grandes negócios e os indivíduos que mais detêm a riqueza mundial estão se alimentando da crise econômica, pagando menos impostos, reduzindo salários e usando seu poder para influenciar a política em seus países”.
NO BRASIL: matéria de Ana Carolina Papp no Estadão de 14 de abril é aberta com a seguinte e demolidora frase: “Ano a ano, pesquisas reforçam que o Brasil é um país desigual. Porém, um levantamento mostra que a concentração de renda é ainda mais alarmante do que as estatísticas oficiais reportam. Dados divulgados na quarta-feira [11 de abril] pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2017, as famílias da classe A ganharam 22 vezes a renda das famílias das classes D/E. No entanto, esse abismo social tem quase o dobro do tamanho – a diferença entre os extremos da pirâmide é cerca de 42 vezes”. Num país onde a sonegação é constante e as pessoas não estão acostumadas a declarar clara e verdadeiramente suas rendas, pode-se dizer que o buraco é muito maior. As distâncias sociais no Brasil podem ser consideradas vergonhosas e antiéticas.
DESIGUALDADE SOCIAL: a desigualdade social vem se expandindo no mundo e alguns países são tradicionalmente maus distribuidores da renda, além de não oferecer oportunidades iguais às pessoas para ascender socialmente. Entre esses países encontra-se o Brasil, no qual a desigualdade social, como vimos na nota acima, é um acinte. A desigualdade no Brasil se perpetua em função não só da má distribuição de renda, de resto um problema secular, mas também e principalmente da falta de investimentos nas áreas de saúde e educação. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil está entre os 10 países com maior índice de desigualdade social e econômica do mundo.
COEFICIENTE DE GINI: a Wikipédia diz que “é uma medida de desigualdade desenvolvida pelo estatístico italiano Conrado Gini e publicada no documento ‘Variabilidade e Mutabilidade’, em 1912”. A matéria nas faculdades de economia é o terror dos alunos e não dá para explicá-la aqui. Contudo, se você tiver interesse, procure ler o artigo de Marcele Juliane Frossard de Araújo (www.infoescola.com) e consultar o Ipece (Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará – www.ipece.ce.gov.br), pois eles possuem explicações bem didáticas. Para se dar uma ideia, o Brasil em 1990 tinha um índice de 0,607, em 2011 caiu para 0,527 (causa apontada: estabilização da moeda) e, em 2015, caiu novamente para 0,515 (reflexo dos bons períodos da economia), mas em 2016 voltou a subir para 0,549. Tudo indica que, com recessão e desemprego, vamos subir ainda mais. Em termos de região: Sul 0,473, Sudeste 0,535, Centro-Oeste 0,523, Norte 0,539 e Nordeste 0,555. Há muita informação sobre o assunto na internet e várias formas de abordagem do tema.
UGT - União Geral dos Trabalhadores