27/01/2015
BRETTON WOODS: definido o sistema de monitoramento econômico internacional em julho de 1944, estabelecendo as regras para as relações comerciais e financeiras entre os países, têm sido feitas tentativas para a substituição do padrão dólar. O Acordo de Bretton Woods foi um avanço importante que não só definiu regras, mas também criou o Bird (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento), mais tarde um triplé formado pelo Banco Mundial, pelo Banco para Investimentos Internacionais e o Fundo Monetário Internacional. O padrão ouro (na época 35 dólares por onça) foi rompido em 1971, unilateralmente, por Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos. A partir daí não houve mais a conversibilidade do dólar em ouro. Hoje, a moeda mais importante que continua a observar o padrão ouro é a libra esterlina.
EURO: quando foram feitos os arranjos para a então Comunidade Econômica Européia (hoje União Européia - UE) surgiu a idéia de uma moeda única no velho continente. O euro começou forte e foi introduzido em primeiro de janeiro de 1999. Hoje, dos 28 países da UE, 18 deles adotam o euro. Contudo, a partir das crises periféricas e depois a grande crise americana de 2008, também a zona do euro entrou em decadência. Em 2011 surgiram as primeiras vozes sobre o cancelamento do padrão euro, com ameaças de vários países. A irresponsabilidade fiscal de diversos países colocou o euro sob suspeita. No início se pensava que o euro pudesse substituir o dólar como moeda de curso internacional, mas tal não ocorreu, embora entre alguns países europeus isso aconteça.
REAL: com o sucesso do Plano Real e, posteriormente, a aceitação de nossa moeda em países vizinhos e mesmo na Europa, o Real serviu até como investimentos para alguns especuladores. Isso enchia de orgulho os brasileiros. Mas, a irresponsabilidade e a ousadia de Fernando Henrique Cardoso e seu teimoso presidente do Banco Central, mantendo uma paridade artificial com o dólar, provocou grandes estragos no Real. Recentemente, novas irresponsabilidades levaram o país a necessitar de um novo ajuste fiscal. Nosso sonho de ter uma moeda ao menos parecida com as principais do mundo foi adiado.
DÓLAR: ao longo de sua história, o dólar sempre foi uma moeda firme. Naturalmente, a transformação dos Estados Unidos, a partir da Segunda Grande Guerra, em grande potência, facilitou o seu curso internacional. A partir de Bretton Woods o dólar foi incontestável. A primeira dúvida e crise foi realmente em 1971 quando perdeu o padrão ouro. Depois disso, os grandes déficits orçamentários americanos, decorrentes de sua opção militar e seu envolvimento em inúmeras guerras periféricas, somadas as trapalhadas internas (crise dos financiamentos imobiliários, por exemplo), enfraqueceram o dólar, mas não ainda a ponto de ameaçar sua circulação internacional, embora ele não seja visto com a mesma confiança. Para citar uma estatística importante, em 1999, quando o euro entrou em circulação, os bancos centrais mantinham 70% de suas reservas em dólar, mas isso caiu somente pouco mais de 10%, estando hoje por volta de 60%.
YUAN: agora, ainda mais recentemente, mais em função da crise do euro e do dólar, há quem acredite que chegou a vez do Yuan, moeda chinesa. Alguns economistas importantes começaram a olhar para o Yuan com um certo ar de interrogação. O que se sabe é que o Yuan avança em paralelo à desdolarização global. Na verdade, decorrência em maior medida da debilidade da economia norte americana e menos em consequência de uma desamericalização, assinalam. Não há ainda um cenário que coloca em questão a hegemonia dos Estados Unidos, mas não há dúvida, a China vem sustentando um processo de cooperação financeira com vários países e regiões. Ainda neste mês de janeiro, ela convocou uma reunião dos países latino-americanos para Pequim. A utilização do Yuan começa nas relações bilaterais, em negócios pontuais. Também a China está colocando o Yuan à disposição dos investidores estrangeiros. A intenção chinesa é claramente torná-lo uma moeda de curso internacional. Quem viver, verá!
UGT - União Geral dos Trabalhadores