04/11/2014
URNAS ELETRÕNICAS: a teoria da conspiração sempre foi um sucesso entre nós. Sempre há falhas ou más intenções nas atitudes oficiais, é o pensamento da maioria. Não foi diferente desta vez. Embora com muito cuidado, o PSDB pediu uma "auditoria especial" através de uma comissão formada por técnicos indicados por partidos políticos, visando a fiscalização de todo o processo eleitoral. O pedido foi feito no dia 30 de outubro, pelo coordenador jurídico do partido, deputado Carlos Sampaio, de São Paulo. Reiterando que o partido não tem dúvidas quanto à lisura e o trabalho do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o coordenador alega que surgiram muitas "denúncias e desconfianças" nas redes sociais. Não se sabe qual será a reação do TSE a este pedido, contudo, provavelmente, não será deferido porque não há fatos determinados.
CASO ESTRANHO: sem intencionalidade e por puro acidente técnico, caso único no país, uma urna quebrou em Içara, Santa Catarina. Em consequência, o juiz determinou a anulação de 287 votos. Ocorre que Içara teve um candidato a deputado estadual (Dóia Guglielmi, do PSDB) que não foi eleito por 38 votos. Ele vinha obtendo 38 ou mais votos nas urnas da cidade e, provavelmente, teria os votos suficientes para se eleger exatamente na urna anulada. O candidato derrotado (em seu lugar foi eleito outro) pediu perícia técnica na urna anulada e contagem de seus votos. A solicitação foi aceita pela Justiça e técnicos do TSE vão examinar a urna.
AMAZÔNIA: parar de desmatar já não é suficiente para evitar uma catástrofe climática na América do Sul. Será preciso recuperar a floresta devastada nos últimos 40 anos no Brasil, uma área correspondente a duas Alemanhas. A constatação está em um relatório científico, que sintetizou mais de 200 estudos sobre a influência da floresta amazônica no sistema climático e na regulação das chuvas. Já se sabe, por exemplo, que sem a floresta amazônica todo o Cone Sul da América do Sul seria um grande deserto. O professor Antônio Donato Nobre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), informou: "Já foram destruídas pelo menos 42 bilhões de árvores na Amazônia. Em 40 anos, foram cerca de 2 mil árvores por minuto. Os danos dessa devastação já são sentidos, tanto no clima da Amazônia - que tem sua estação de seca aumentando a cada ano - quanto a milhares de quilômetros dali" (Estadão, 31-10).
ESTADOS UNIDOS: os Estados Unidos vêm confirmando sua recuperação econômica e seu Produto Interno Bruto crescerá 3,5% no último trimestre. Esta é a previsão surpreendente anunciada no dia 30 pelo Departamento de Comércio, superando inclusive as estimativas dos analistas. A única dúvida nos números refere-se aos aumentos com gastos de defesa (16%) que, normalmente, não se mantém. Por isso, os números do quarto trimestre podem não ser os mesmos, embora sempre haja o impulso da chamada economia do Natal.
JUROS: terminadas as eleições, o Banco Central do Brasil (Comitê de Política Monetária - Copom) elevou a taxa básica de juros aumentando-a para 11,25%. Foi uma medida ortodoxa. Como sempre, o motivo da elevação são os perigos que rondam os índices de inflação. A taxa de 11% vinha sendo mantida desde abril e não foi alterada no período eleitoral. Outras medidas que terão impacto na inflação estão previstas para as próximas semanas: aumento das tarifas de energia elétrica e aumento dos combustíveis. Concluído o processo eleitoral, parece que há um choque de responsabilidade influenciando as autoridades e o governo como um todo, prevendo-se mudanças, inclusive do Ministro da Fazenda, que podem ocorrer antes do início de 2015.
UGT - União Geral dos Trabalhadores