UGT UGT

Filiado à:


Filiado Filiado 2

UGT Press

UGT Press 421: Eleições 2014


29/10/2014

RESULTADO: Dilma Rousseff foi reeleita com 51,64% dos votos válidos. Aécio Neves atingiu a expressiva marca de 48,36%. De acordo com os meios de comunicação, a diferença é a menor desde 1945. Alguns estados fizeram a diferença: Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco, onde a candidata da situação teve desempenhos notáveis. Por região, Dilma venceu no norte e nordeste, com folga suficiente para compensar as derrotas no centro-oeste, sul e parte do sudeste. Em números absolutos, a presidente recebeu mais votos no sul/sudeste (25,8 milhões de votos) do que no norte e nordeste (24,3 milhões de votos). Quando se analisa o desempenho nos estados, nota-se que o mapa eleitoral de 2014 ficou muito parecido com o de 2010, ocasião em que Dilma bateu José Serra. Contudo, a eleição de 2014 foi mais polarizada.

 

SOCIEDADES SEPARADAS: o que determina a divisão da sociedade brasileira não são as regiões por si mesmas, é a distribuição de renda. Historicamente concentrada, a péssima distribuição de renda sempre produziu grotões de miséria, ilhas de pobreza e regiões exiladas dos frutos do progresso. Do lado oposto produziu campos de privilegiados e nichos de prosperidade. É uma situação que persiste, apesar das inegáveis melhorias sociais que o Brasil teve nas últimas duas décadas. Situação que, de resto, produziu o avanço da violência e da marginalidade, assustando parte da população. Os estados mais violentos estão no nordeste. Dentro desse quadro, há a precariedade dos serviços públicos com déficit nas áreas de educação, saúde e segurança pública.

 

ESCALADA DA INTOLERÂNCIA: a internet e as mídias sociais realmente representaram um grande avanço nas comunicações. O lado ruim, mas não menos democrático, é o abuso: o Brasil vive uma intensa troca de mensagens xenófobas, racistas, homofóbicas e preconceituosas. Nessas eleições, mais do que nas anteriores, exércitos se postaram de cada lado respondendo e atacando com todos os tipos de argumentos, incluindo os mentirosos e antiéticos. De repente, você constatou ali a presença de amigos destilando suas raivas e seus ódios. Em alguns casos, deu-se a impressão de que até recebiam para fazer aquilo. Mas, não, era apenas a escalada da intolerância. Raros foram aqueles que postaram mensagens de paz e aproximação, com bom senso e desprovidas de ranços maldosos ou impertinentes. No momento, chega-se a ler mensagens separatistas. Realmente, é o cúmulo, impensável numa democracia verdadeira. Tomara que isso passe!

 

MARKETING POLÍTICO: cresce entre os brasileiros a importância do marketing político e o preço cobrado pelos marqueteiros. Entre as análises que surgiram após os resultados, estão aquelas que creditam a vitória da atual presidente ao seu marketing agressivo, capazes de desconstruir numa única eleição dois nomes de peso do cenário político nacional. Esse é um assunto especialíssimo, sobre o qual somente os experts têm amplos e maiores conhecimentos. Podemos sim, opinar que há um evidente exagero nessas técnicas, capazes de comportar absurdos e vender pessoas como se fossem meros produtos de supermercado. Não temos uma legislação pertinente adequada e convém pensar nisso para o futuro.

 

PESQUISAS: algo preponderante nessas eleições foram as pesquisas eleitorais. Os institutos de pesquisas não foram bem no primeiro turno, incapazes de registrar as tendências dos últimos dias, quando Aécio Neves ultrapassou Marina Silva e se colocou como o adversário de Dilma Rousseff no segundo turno. Melhoraram no segundo turno, registrando as oscilações dos últimos 20 dias de campanha. Mesmo assim, existiram institutos que registraram tendências estapafúrdias até quase à  véspera das eleições. Também, no caso, o Brasil não tem legislação específica sobre o assunto e há alguns projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. Esperemos.

 

DEMOCRACIA BRASILEIRA: UGTpress não cansa de afirmar que a democracia brasileira é uma democracia jovem e inacabada. O Brasil está em processo de franco aprendizado. As leis brasileiras ainda não são as melhores e estão longe de algo estável e duradouro. No pronunciamento da presidente reeleita, de novo, as promessas de reformas, entre elas a Reforma Política. Essa e outras reformas são realmente necessárias. O que se pede, ainda no calor de resultado final de uma das mais emocionantes disputas eleitorais de todos os tempos, é que a candidata vitoriosa desça do palanque e coloque em movimento as ações necessárias para o aperfeiçoamento da democracia brasileira.

 




logo

UGT - União Geral dos Trabalhadores


Rua Formosa, 367 - 4º andar - Centro - São Paulo/SP - 01049-911 - Tel.: (11) 2111-7300
© 2023 Todos os direitos reservados.