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UGT Press 419: XXVIII Reunião Regional Americana da OIT


21/10/2014

18ª REUNIÃO REGIONAL: a Organização Internacional do Trabalho (OIT) realiza a sua reunião das Américas a cada quatro anos. Reunião tripartite (governos, empresários e trabalhadores), que neste ano aconteceu em Lima, Peru, entre os dias 13 e 16 de outubro. Em 2010, a sede foi em Santiago do Chile. Em geral, há dois embates distintos, um técnico e outro político, ambos importantes. O tema central deste ano foi "As Américas diante dos desafios do século 21: pleno emprego, produção e trabalho decente". Todas as principais lideranças do Continente estiveram presentes e pela UGT (União Geral dos Trabalhadores do Brasil) quem compareceu foi Ricardo Patah, a quem coube falar no segundo dia.

 

RICARDO PATAH: a fala do presidente da UGT-Brasil, verbalizada por Ruth Monteiro da Força Sindical, foi muito aplaudida, especialmente porque enfocou a crise que estamos vivendo. "O modelo de desenvolvimento hoje vigente produziu uma crise social, ambiental, política e financeira sem precedentes, produto de um projeto civilizatório baseado exclusivamente nas leis de mercado", afirmou Patah logo no início do pronunciamento. Terminou dizendo que "é preciso construir e executar um projeto de sociedade centrado na valorização do trabalho e na dignidade do ser humano".

 

VICTOR BÁEZ MOSQUEIRA: protagonismo especial também teve o secretário-geral da CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas), Victor Báez Mosqueira. Coordenou e aglutinou a delegação dos trabalhadores, com gente do Alasca à Patagônia. Antes da reunião, reuniu a delegação de trabalhadores em Montevidéo e discutiu os pormenores da estratégia a ser utilizada em Lima. Os resultados foram os melhores possíveis. Em seu pronunciamento final, apelou para a necessidade de igualdade nas Américas: "Um elemento chave que foi trazido a essa reunião, constante do informe do diretor-geral da OIT, Guy Ryder, foi o destaque do maior defeito estrutural da região: o alto nível de desigualdade. Também a Cepal, organismo das Nações Unidas, mostrou em seus documentos que chegou a hora da igualdade".

 

GUY RYDER: o novo diretor-geral da OIT, Guy Ryder, foi o primeiro que saiu das lides sindicais (ele ocupou o cargo de secretário-geral da CSI - Confederação Sindical Internacional) e vem se esforçando para obter consensos entre as três partes. Logrou que, ao final da reunião, houvesse uma Declaração de Lima, na qual se fundam as bases para um acordo na Conferência Anual da OIT de 2015 sobre informalidade, cujo mote é "Caminho da Equidade: da informalidade à formalidade". Normalmente, conforme a tradição, no início da reunião o diretor-geral apresenta o seu relatório. É um documento bem amplo, analítico, envolvendo considerações sobre diversos temas. Chamou a atenção quando disse: "A economia informal não atende aos interesses dos governos, dos patrões e dos trabalhadores". Na América Latina, o assunto informalidade é explosivo porque, em alguns países, representa mais de 50% da economia, casos, por exemplo, da maioria dos países da América Central. A UGT em parceria com a CSA seguirá discutindo este tema, visando avançar na Conferência da OIT em Genebra, no ano que vem.

 

GOVERNO DO PERU: o governo do Peru foi fundamental para que a 18ª Reunião Regional Americana da OIT lá se realizasse. Ofereceu uma caprichada infraestrutura para o evento e durante todo o tempo a reunião contou com a presença do ministro do Trabalho do Peru, Fredy Otárola Peñaranda. Ele foi eleito presidente da 18ª Reunião, cabendo-lhe papel de destaque. Terminou sendo muito elogiado.




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