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UGT Press 418: Telhados verdes


14/10/2014

TELHADOS VERDES: Copenhague, na Dinamarca, é a segunda cidade do mundo a tornar obrigatórios os telhados verdes. A primeira foi Toronto, no Canadá. Apesar da elevação nos custos das construções, a medida tem oferecido bons resultados, com aumento significativo da metragem quadrada de áreas verdes. Quando associada a outras medidas inteligentes de poupança de energia, os resultados são ainda melhores. O objetivo de Copenhague é reduzir a emissão de carbono. Outros benefícios elencados são: maior absorção da água de chuva, redução das temperaturas médias, proteção contra raios UV, cultivo de produtos para consumo próprio e melhoria na qualidade de ar da cidade. Alguns países, caso da Suíça, optaram por exigir telhados verdes nos novos edifícios. Em Vancouver, o poder público tomou medidas semelhantes para os edifícios públicos.

 

JUDEUS NA PAUTA: assunto sempre polêmico, os judeus, seja em função dos acontecimentos de Gaza ou por outros motivos, alguns inegavelmente preconceituosos, têm sido de novo preocupação. Quase 70 anos depois da Segunda Grande Guerra e do Holocausto, muitos judeus fora de Israel não estão mais se sentindo seguros. Há alertas em toda a Europa. A escritora Deborah E. Lipstadt, professora de Universidade Emory, em artigo escrito no The New York Times (Estadão, 22/08), elencou vários acontecimentos relacionados com novos tipos de intolerância: cartazes em Roma pedindo o boicote às empresas judias; mortes em uma escola judaica de Toulouse, na França; e manifestações contrárias aos judeus em diversos países, incluindo a Alemanha. Não é mais a visão cristã demonizante do passado, que parece já superada. Apareceu no século vinte uma onda de antissemitismo nova, distinta, de origem muçulmana e ela é praticada também em países europeus. É preciso certo cuidado para tratar do assunto. As lições do passado mostram que essas ondas de intolerância são extremamente perigosas.

 

ESTADO ISLÂMICO: a situação do Oriente Médio está longe de ser resolvida e cada vez mais há complicações à vista. A última é o aparecimento do Estado Islâmico, que já tomou territórios na Síria e no Iraque. Segundo o professor Shiraz Maher, pesquisador do King’s College de Londres, o Estado Islâmico “é mais extremista e mais inteligente do que a Al-Qaeda. A principal diferença é que a Al Qaeda é uma organização terrorista, enquanto o Estado Islâmico era uma organização insurgente que agora se declara um Estado, que oferece serviços sociais, uma alternativa de sociedade. Não há só combatentes. Querem operar como um novo país” (Folha de São Paulo, 24-08).  O professor diz que vamos ouvir sobre o Estado Islâmico por muito tempo, já que é um grupo rico, com bilhões de dólares e com combatentes de todo o mundo. Aproveitou-se da crise da Síria, onde luta contra Bashar Al-Assad, e tomou algumas áreas ricas em gás e petróleo. “Traz muita gente da Tchetchênia e da Bósnia. O capital humano de mais valor na área militar é o combatente com experiência”, afirmou o professor em sua longa entrevista. Quem está com esta batata quente na mão é o presidente Barack Obama dos Estados Unidos, pressionado para combater o Estado Islâmico, mas sem capital político para colocar novas vidas em risco. Por enquanto, as operações aéreas foram sua única opção.

 

MAIS SIMPLES? O professor Dominique Moisi, cofundador do Instituto Francês de Relações Internacionais, em artigo publicado no Estadão, em 07-07, declarou “Na Guerra Fria, tudo era mais simples”. Aliás, este é o título de seu artigo. “A simplicidade da Guerra Fria fez com que houvesse menos necessidade de explicações. O ocidente só tinha um oponente e ambas as partes compreendiam as regras do jogo (ou seja, a lógica do equilíbrio do terror). Acima de tudo, a “mente soviética” era relativamente fácil de decifrar”. Em outras palavras, ele induz que há dificuldade para compreender Vladimir Putin e a “mente jihadista”, com complicações bem acima do entendimento da maioria ocidental. Na sua lógica, tanto o Estado Islâmico como Vladimir Putin se beneficiaram da “confusão, da hesitação e da divisão do Ocidente”. Ele concorda com o professor Shiraz Maher que acredita que o Estado Islâmico é um desafio muito superior do que a Al-Qaeda.

 




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