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UGT Press 397: Não se esqueçam da China


13/05/2014

CRESCIMENTO CHINÊS: sempre com frases enigmáticas, das quais se pode extrair qualquer interpretação, o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, informou: "Nós podemos tolerar um crescimento um pouco maior ou um pouco menor" (Estadão, 20-03). País que tem controle férreo sobre a economia, a China vem administrando suas taxas de crescimento, que caem, em média, de meio a um por cento ao ano, desde a crise de 2008. Lá também se fala em manutenção da estabilidade dos preços, em reformas e no valor da moeda, o yuan. A moeda vem se mantendo a pouco mais de seis por um dólar, valor que garante a excelência no comércio exterior. É interessante observar que os preços dos alimentos continuam altos, especialmente em função da seca no Brasil e no sudeste asiático, fatores que se somam à instabilidade oferecida pela crise ucraniana. Apesar disso, a China segue forte e hoje é um termômetro nas relações internacionais. Convém sempre ficar de olho em seus indicadores. 

 

NOVOS OBJETIVOS: observadores internacionais, pessoas que escrevem para os grandes jornais e revistas do mundo, perguntam-se até quando a China vai continuar o conceito de metas de crescimento. Stephen S. Roach, da Project Syndicate, perguntou: "Não será o momento de a China abandonar o conceito de meta de crescimento?" (Estadão, 29-03). Ele mesmo responde, com base em sua própria vivência, salientando a "contradição inerente entre uma meta e uma projeção para conformar os principais objetivos econômicos da China". Os objetivos macroeconômicos, agora ressaltados pelo governo chinês, são emprego, estabilidade de preços, estabilidade financeira e alta do PIB. Não é sem propósito colocar a alta do PIB no final da lista. É a nova política de objetivos múltiplos. O crescimento da China produziu uma enorme classe média, ávida por consumir e ter acesso a melhores serviços e produtos. Atender aos imperativos dessa nova classe, urbanizada e com maior soma de informações é o desafio das novas autoridades chinesas. 

 

EMPREGO: a percepção no Ocidente é que a China está gradativamente se afastando da obsessiva ênfase no planejamento central, voltando-se também para o setor de serviços, sabendo-o maior criador de empregos do que o setor manufatureiro ou de construção. As especulações são muitas, mas não é fácil desmontar, numa sociedade tão estratificada como a chinesa, os costumeiros preparativos da burocracia estatal, acostumada ao planejamento minucioso de todas as suas atividades. Em outras palavras, a economia de mercado é um objetivo dentro das novas realidades chinesas, mas não é tão fácil buscar novos patamares desde as bem sucedidas reformas de Deng Xiaping, no início dos anos 80 do século passado. O emprego, apesar da ligeira queda no crescimento (7,7% em 2013), tem crescido. No início do ano passado, a meta do governo foi criar 10 milhões de empregos. As estatísticas mostram que foram criados 13,1 milhões. Portanto, os chineses estão sabendo, em meio às dificuldades, fazer o dever de casa. 

 

PLANEJAMENTO:  Stephen S. Roach informa que a  Comissão de Planejamento Estatal evoluiu para Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma (CNDR). O objetivo da CNDR é diminuir a influência dos planejamentos tipo soviéticos, centrais, engessados. O objetivo é dar maior maleabilidade, buscar metas mais flexíveis e olhar para um novo patamar que busque, claramente, uma nova economia, a economia de mercado. Quanto tempo levará isso? Não se sabe. A economia continua com controle rígido e é conduzida com mão de ferro pelos ministros Lou Jiwei e Zhou Xiaochuan, respectivamente, ministro das Finanças e presidente do Banco do Povo da China, algo como os nossos ministros da Fazenda e presidente do Banco Central.   

 

ATUALIDADE: A China tem conseguido aumentar espetacularmente o turismo, com seguidos recordes anuais de visitantes. O principal chamativo foram as Olimpíadas de Pequim, algo que o Brasil não vem conseguindo saber fazer com a Copa do Mundo de Futebol.




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