UGT UGT

Filiado à:


Filiado Filiado 2

UGT Press

UGT Press 376: Além da Copa o que nos espera em 2014


20/12/2013

COMECEMOS PELA EDUCAÇÃO: a educação é a prioridade de todos: das centrais sindicais aos partidos políticos, das prefeituras à União, dos jovens aos velhos, todos afirmam que, sem educação, o Brasil não evoluirá para os patamares de nação desenvolvida. Pois bem, autoridades governamentais estão comemorando o avanço do Brasil nos exames do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), feitos pela OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico). É verdade que o Brasil progrediu ligeiramente em leitura, matemática e ciências, mas com todo esse progresso, dentre os 65 países avaliados, ficamos em 58º lugar, o que, convenhamos, é uma vergonha e não há motivo para festejar. Atitude diferente teve o Japão. Os estudantes japoneses ficaram em quarto lugar em leitura e ciências e em sétimo lugar em matemática. Os líderes políticos e autoridades educacionais do Japão conclamaram a mais esforços para melhorar a qualidade das escolas japonesas, visando melhores resultados para os seus estudantes no futuro. O ministro Mercadante bem que poderia ter umas aulinhas de estratégia com seus colegas japoneses. 

 

VOO DE GALINHA: nos três primeiros anos do governo de nossa presidente Dilma Rousseff, o Brasil cresceu, em média, 2% ao ano. Não dá para comparar nem com o péssimo segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso, quando a economia cresceu, em média, 2,1%. Tá certo, cravemos um empate! Lula teve crescimento médio de 4,6% e, por isso, conserva a sua popularidade. Dilma tem mais um ano de mandato e as contas para fechar do último trimestre de 2013, mas, as previsões não a ajudam: pode ultrapassar 2% por cento em 2013 e as apostas para 2014 não chegam a 3%, com muito favor (a maioria diz que o PIB crescerá 2% em 2014). O mínimo ideal de crescimento para um país como o Brasil, com uma massa de jovens entrando todos os anos no mercado de trabalho, é de 4% ao ano. Daí, a economia, sob Dilma, estar sendo vista como um "voo de galinha". 

 

CENÁRIOS PARA A ECONOMIA: o país, em 2014, tem dois acontecimentos especiais, a Copa do Mundo de Futebol e as eleições. Poucos acreditam que o governo coloque um freio nos gastos. Com os sinais de desaquecimento no consumo, juros altos como instrumento para segurar a inflação, transferência de investimentos para outros países, principalmente os Estados Unidos, déficit na balança de pagamentos, diminuição das reservas nacionais, diminuição do índice de confiança do empresariado, falta de crescimento na poupança e outros fatores, tudo indica que o modelo atual de crescimento está se esgotando, o que leva às previsões de crescimento baixo. Sair dessa armadilha não é fácil  Exportar está cada vez mais difícil, há um processo crescente de desindustrialização, a agricultura pode se voltar ao consumo interno, o que ajuda no combate à inflação, mas diminui as possibilidades de superação do déficit nas contas com o exterior e, de quebra, vamos continuar viajando muito, onerando a conta de serviços, se bem que, em 2014, com as visitas decorrentes da Copa do Mundo, esse déficit possa ser menor. Enfim, como vem sendo alardeado desde longo tempo, sem as reformas de base necessárias, o Brasil não estará preparado para saltos significativos. 

 

NÃO COMPLICAR É A ORDEM: imagina-se que no interior do governo possa haver vida inteligente e, neste caso, a ordem deve ser não complicar ainda mais o panorama de incertezas econômicas. Manter um quadro de estabilidade, mesmo sem crescimentos significativos, implicará na continuidade da atual elite política e isso parece ser o que interessa em curto prazo. Essa situação de frágil estabilidade interessa à Dilma Rousseff e a seus aliados porque garante que o projeto eleitoral não corra grandes riscos. Após a Copa do Mundo (qualquer que seja o resultado) e depois das eleições, mantido o "status quo", até a posse em 1º de janeiro, com a previsível reforma do Ministério, estarão delineadas as perspectivas de 2015. Aí será a hora de a onça beber água. 

 

SEM MORAL: que os preços dos serviços estão subindo ninguém nega, que os preços de hotéis e restaurantes vão ser estratosféricos na Copa do Mundo e Olimpíada também ninguém duvida, mas há fatos que revoltam. Vejam o comportamento da rede hoteleira de Brasília: até janeiro não se aceitam quaisquer reservas para o período da Copa do Mundo e isso inclui os hotéis das cidades satélites. A alegação é que a Fifa bloqueou as habitações, reservando-as para os turistas da Copa. Difícil acreditar que a Fifa faça até isso. Na verdade, a rede ainda não determinou os preços a serem cobrados para o período da Copa (e já falam em 800 reais por pessoa). Uma gerente de hotel local disse que há reuniões periódicas da rede para estudar (estudar?) o assunto e que o Ministério do Turismo poderá, eventualmente, pressionar. Mas, aí vem a bomba:  "todos sabemos que o governo não tem moral para exigir bom comportamento de ninguém". Em outras palavras, o que os empresários hoteleiros estão dizendo é que onde impera os maus exemplos, não há como cobrar coerência ou respeito, especialmente em relação a preços ou a formação de cartéis. É evidente que isso não está acontecendo somente em Brasília, mas Brasília é emblemática porque lá está o governo e lá estão nossas autoridades. 

 

PREJUÍZOS: companhias aéreas e hotéis poderão ter prejuízo  em 2014, independentemente dos preços absurdos cobrados na Copa: os brasileiros não sairão de casa no primeiro semestre, feiras, congressos e seminários estão sendo adiados para o segundo semestre, o turismo interno se enfraquecerá no período e diminuirá a demanda por passagens e hospedagens. Não é à toa que as companhias aéreas já estão com grandes promoções, abrangendo o período de fevereiro a maio. Então, talvez fosse adequado avisar os nossos empresários, conforme um velho ditado mineiro, que "a esperteza quando é demais, vira bicho e come o homem".

 

UGTPRESS: o boletim eletrônico UGTpress, cumpriu o seu cronograma em 2013  e colocou regularmente em sua caixa postal um exemplar por semana. Considerada hoje a mais credenciada opinião sindical do país, UGTpress deverá seguir no mesmo ritmo em 2014. Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores do Brasil (UGT), está empenhado na expansão do alcance de seu boletim eletrônico, que hoje atinge mais de oito mil endereços eletrônicos. Em nome do presidente da UGT-Brasil, desejamos aos nossos fiéis leitores um Feliz Natal e um próspero Ano Novo. Até janeiro. Pax!




logo

UGT - União Geral dos Trabalhadores


Rua Formosa, 367 - 4º andar - Centro - São Paulo/SP - 01049-911 - Tel.: (11) 2111-7300
© 2023 Todos os direitos reservados.