17/12/2013
A CNN E O PAPA: o serviço informativo da Alai, reproduzindo um artigo de Juan Manoel Karg, aludiu sobre os comentários do jornalista porto-riquenho Xavier Serbiá, analista do programa "CNN dinheiro", que criticava o Papa Francisco. Como se sabe, o Papa falou sobre a face selvagem do livre mercado: "enquanto os lucros de uns poucos crescem exponencialmente, as maiorias ficam cada vez mais longe do bem-estar. Esse desequilíbrio provém das ideologias que defendem a autonomia absoluta dos mercados e da especulação financeira". Serbiá na CNN defendeu o livre mercado, dizendo: "A vida com livre mercado é difícil, mas, sem ele, a vida se tornaria impossível". A discussão não é nova e nem extravagante, pois as regras que favorecem o livre mercado vêm sendo adotadas em todas as latitudes e convém, sim, estabelecer-lhe parâmetros éticos e morais, como bem fez o Papa Francisco.
MULHERES: no dia 27 de novembro, em sessão história, a ONU (Organização das Nações Unidas) adotou uma nova resolução em defesa das mulheres. Não foi pacífica a aprovação: países africanos, o Vaticano, o Irã, a Rússia, a China e os Estados islâmicos, todos conservadores, fizeram oposição à Resolução e forçaram a retirada de um parágrafo que condenava "todas as formas de violência contra as mulheres". Apesar das dificuldades, a nova resolução representa um grande avanço. Geir Sjober, líder dos negociadores e representante do governo norueguês, comemorou: "A comunidade internacional enviou uma mensagem clara. É inaceitável criminalizar, estigmatizar ou restringir os direitos dos defensores dos direitos das mulheres". Na semana seguinte (dia 03-12), em São Paulo, um grupo de mulheres, capitaneado por Cássia Bufelli, Secretária da Mulher da União Geral dos Trabalhadores do Brasil, promoveu uma panfletagem em frente à estação de trem no Brás (Largo da Concórdia), no centro de São Paulo, visando "a conscientização da situação das mulheres no mercado de trabalho e da violência doméstica cometida contra elas".
BRASIL PETROLEIRO: comentários cada vez mais insistentes na imprensa internacional dão conta das dificuldades financeiras e técnicas de nossa Petrobrás. Geraldo Honry, analista de energia do CLAES (Centro Latino Americano de Ecologia Social), divulgou suas opiniões nada favoráveis em artigo, cujo título diz tudo: "Brasil petroleiro: entre a ilusão e a quebra". Radical, à medida que afirma ser o pré-sal ainda uma ilusão, enquanto alerta sobre os perigos que rondam a estatal brasileira, especialmente vítima das interferências políticas. Como se noticiou algumas semanas atrás, as ações da Petrobrás, em um único dia, tiveram queda de 10%, comprometendo a desempenho da Bovespa (Bolsa de Valores do Brasil). Enfim, todo o cuidado é pouco.
PISOS ESTADUAIS: desde que foram instituídos, os pisos regionais que equivalem a um salário mínimo estadual, são objeto de ampla discussão. Ricardo Patah, um dos líderes sindicais do Brasil que abraçou com seriedade a fixação desses pisos, afirmou: "O salário mínimo nacional e os pisos regionais e das categorias continuam sendo um importante instrumento de distribuição de renda, temos que valorizá-los". Patah tem rodado o Brasil e conversado com os governadores e esse respeito. No caso de São Paulo, as centrais de trabalhadores propuseram um reajuste de 17,78%, mas o governador Geraldo Alckmin, surpreendendo a todos, enviou para a Assembleia Legislativa uma proposta de 7,18%. Patah reclamou e segue pressionando.
BRASIL CARO E SEM BANHEIROS: antes da Copa do Mundo de Futebol, constata-se o abuso nos preços praticados no Brasil. A cidade do Rio de Janeiro, ainda longe das Olimpíadas, foi eleita a segunda mais cara cidade do Continente. Os preços dos hotéis e da comida do Rio estão muito altos. Não será diferente nas cidades-sede da Copa do Mundo. Aliás, não é só em preço que o Brasil bate recordes. Também é recordista pela falta de banheiros e nenhum prefeito fiscaliza os bares (onde os banheiros são sujos, quando existem) ou tomam atitudes para minimizar um dos graves problemas culturais do país: a falta de banheiros para o uso público. Será, como diz Boris Casoy, "uma vergonha".
UGT - União Geral dos Trabalhadores