10/12/2013
PRIMEIRO TURNO NO CHILE: a vitória da socialista Michelle Bachelet não foi surpresa. Poderia até mesmo ter vencido no primeiro turno. Dois imprevistos: a) o impressionante desgaste da direita, representada pelo atual presidente, Sebastián Piñera; b) o grau elevado de abstenção: metade do eleitorado, simplesmente, não foi votar. Piñera que, por ocasião do resgate dos mineiros, tinha alta aprovação, não conseguiu reunir mais do que um quarto dos votos válidos à sua candidata. Por outro lado, Bachelet não conseguiu levar mais eleitores às urnas, o que poderia livrá-la de um incômodo segundo turno que se realizará em 15 de dezembro.
BOA NOTÍCIA: alguns países, entre eles o Brasil, começam a desenvolver projetos para gerar energia através das ondas do mar. Escócia, Estados Unidos, Inglaterra e Coréia do Sul são os países mais adiantados nos estudos e testes para implantação de usinas próprias. No Brasil, uma parceria entre Furnas e a UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) está produzindo o primeiro protótipo de equipamento para ser instalado até 2016, na Ilha Rasa (defronte à Praia de Ipanema). Calcula-se que esse tipo de energia será muito útil (e mais barato) para as plataformas do pré-sal.
UNIÃO EUROPÉIA: a constatação, em quase todos os países do bloco, é a perda de apoio popular e aumento da rejeição ao processo de unificação. Na Holanda, esse apoio caiu de 75% (2007) para 28% (2013); na Espanha, a proporção é quase a mesma: 75% a 20%; na Alemanha, 68% e 37%; na França, 52% e 33%; na Itália, 50% e 35%; na Inglaterra, 38% e 20%. Os dados são do Eurobarômetro/Gallup. As causas são muitas: desconfiança no euro, crise mais aguda em alguns países, provocando um efeito contaminador na região, déficits em conta corrente e a impossibilidade de desvalorização da moeda em termos nacionais, o que agrava a recessão nos países mais vulneráveis.
PREJUÍZO PARA A HUMANIDADE: a ameaça que paira sobre o projeto de unificação europeia, levado a termo depois da Segunda Grande Guerra por alguns visionários, significa um retrocesso e um perigo para a humanidade. Quebrar fronteiras, unificar moedas, estabelecer regras de convivência comum significam a superação de um estado de barbárie, quando os países, por interesses individualizados e sujeitos à existência de líderes desequilibrados, estabelecem programas baseados em vontades próprias, nem sempre de acordo com o projeto civilizacional da humanidade. Parece que as atuais lideranças e o próprio povo desses países, movidos por um nacionalismo absurdo, estão esquecendo o flagelo das guerras, algo recorrente na história do Continente Europeu.
CONVÊNIO USO/UGT: numa rara cooperação sul/norte/sul, foi assinado em 26 de novembro, em Madri, o primeiro convênio de cooperação entre a União Geral dos Trabalhadores do Brasil e a União Sindical Obreira da Espanha. Os termos do acordo foram ratificados pelos dois presidentes - Ricardo Patah e Júlio Salazar. O programa prevê a atuação em três áreas: formação, migração e desenvolvimento. Como se sabe, a Espanha sempre esteve muito presente em termos solidários na América Latina e o presidente da UGT-Brasil, Ricardo Patah, afirmou: "as centrais brasileiras e latino-americanas precisam olhar com atenção para a Espanha, Portugal, Itália e outros países, retribuindo a solidariedade que sempre foi a marca registrada de suas organizações sindicais". Como se sabe, a crise desencadeada nos Estados Unidos em 2008 atingiu o euro e, especialmente, esses países latinos estão sofrendo graves consequências.
UGT - União Geral dos Trabalhadores