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UGT Press 326: Novos apagões


23/01/2013

APAGÕES: O Brasil está começando a conviver com novos apagões elétricos no país. As causas, a acreditar em poucos especialistas, são operacionais e de manutenção, questões subestimadas pelo governo. Isso pode piorar, em função de alguns fatores: a) os reservatórios, sobretudo no nordeste, estão em níveis perigosamente baixos
b) a Medida Provisória 579, que dispõe sobre a renovação das concessões, tem consequências complexas e discutíveis" (José Aníbal, na Folha, em 27-11)
c) o modelo de privatização (leia-se FHC) foi inadequado e os contratos ficaram muito favoráveis às empresas
d) com a baixa das tarifas, absolutamente necessária, há dúvidas sobre a capacidade das empresas em responder aos desafios de investimento e manutenção
e) o próprio ministro de Minas e Energia admitiu "erros técnicos e falta de engenharia" na rede, o que nos coloca diante de fato lastimável: a ausência de competência técnica. Faltam discussão, direcionamento e planejamento. Sobram improvisação, desconhecimento e normas de procedimento.

CONCESSÕES DE AEROPORTOS: seguem as discussões sobre o modelo de concessão de aeroportos no Brasil. O presidente da TAM, Marco Antonio Bologna, em entrevista à Folha de São Paulo, em dezembro, declarou-se pessimista em relação às tendências no Brasil. Chegou a dizer que há dois modelos no mundo, o americano e o europeu e que o Brasil deveria optar por um deles e não ficar tentando caminhos inéditos e perigosos. Todos sabem que a primeira leva de aeroportos "privatizados", com a participação da Infraero, certamente vai levar à necessidade de financiamento público para as obras que devem ser feitas. Isso anula o objetivo primeiro das privatizações, que é desonerar o Estado e ganhar eficiência. Apesar das críticas que se avolumam, há otimismo em relação ao funcionamento dos principais aeroportos a partir de 2018, muito depois da Copa do Mundo de Futebol e das Olimpíadas do Rio de Janeiro.

INSTITUTO RIO BRANCO: artigo de Matias Spektor, publicado na Folha de São Paulo, em 28 de novembro, chama a atenção para as tarefas de nossa escola de diplomacia. Para ele, "o modelo educacional do Instituto Rio Branco está obsoleto e corre o risco de ficar irrelevante". Afirma que, embora excelente no ensino de idiomas, "a proposta didática é talhada para um mundo que não existe mais". Não conhecemos o Instituto Rio Branco (e, de resto, a maior parte da sociedade), mas a evolução dos negócios no mundo globalizado está exigindo dos ministérios de Relações Exteriores e Chancelarias uma nova e dinâmica postura das embaixadas, agora mais voltadas para agressividade comercial. Certa vez, um dirigente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), ao visitar a China e convidado para estar numa classe que estudava assuntos brasileiros, surpreendeu-se ao escutar alunos só falando português e aprendendo sobre nossos usos, costumes e leis. Informou-se que, para cada país, a China desenvolve um forte aprendizado de vários anos. O Brasil precisa modernizar o Itamaraty.

OCDE: a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, ao fazer novas previsões para 2013, rebaixou os percentuais de crescimento mundial. Embora tendo uma previsão otimista para o Brasil (4% em 2013 e 4,1% em 2014), a Organização que reúne os países mais desenvolvidos do mundo considerou que o "abismo fiscal" americano e a crise européia podem levar o planeta a novos patamares de recessão. Antes, ela dizia que média de crescimento mundial seria de 4,2%, mas agora já reduziu essa previsão para 3,4%. Em outras palavras, a continuidade das medidas de austeridade levará a economia mundial à retração.

BOA NOTÍCIA: o juiz Marcelo Borges, da Justiça Federal de Santa Catarina, disse que "o fato de cervejas e vinhos terem ficado de fora das restrições à publicidade, coloca o interesse econômico da indústria acima da saúde pública" (Folha, 08-12-12). Esse é um bom debate. Desde muito tempo, há um abuso na forma com que no Brasil são feitas as publicidades de bebidas alcoólicas. Em geral, as indústrias de bebidas patrocinam esportes e, com isso, as propagandas estão ao alcance de crianças e jovens, influenciando-as no ato de beber. A Anvisa já constatou que a propaganda em "horários impróprios" aumenta o consumo de bebidas alcoólicas entre crianças e adolescentes. Está mais do que na hora de disciplinar esse tipo de propaganda e o juiz Marcelo Borges colocou o dedo na ferida."




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