20/12/2012
PREVISÕES PARA 2013: apesar do ligeiro otimismo das autoridades brasileiras, o economista e diretor da OMC (Organização Mundial do Comércio), o francês Pascal Lamy, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo (18-12), afirmou ver riscos na Europa e nos Estados Unidos. Em resumo, sua frase principal mostra tudo: Eu posso ver de onde más notícias podem surgir, mas não consigo ver de onde boas notícias podem aparecer". Em resumo, ele acha que, não havendo recuperação européia e estadunidense, a economia mundial seguirá sendo ruim em 2013.
SAÚDE EM RISCO PARA O FUTURO: não é só na economia que as notícias produzem incertezas. A Revista Lancet avaliou a situação da saúde global e chegou à conclusão que o aumento na expectativa de vida não corresponde igualmente à melhoria da qualidade de vida. Problemas como pressão alta, diabetes, tabagismo e consumo excessivo de álcool estão levando a outras doenças degenerativas, as quais diminuem a qualidade de vida. Em resumo, as pessoas vivem mais, mas vivem mal, sob os cuidados de terceiros.
CUIDADORES/AS: essa é uma nova e promissora profissão: cuidador ou cuidadora. Com o envelhecimento da população e as novas doenças degenerativas, as pessoas que se dedicarem à profissão de cuidador/a não passarão por crise de emprego. Os governos precisam se antecipar prevendo o aumento da demanda e começar a formar profissionalmente essas pessoas, que precisam ter noções de higiene, medicina, psicologia, educação física e outros conhecimentos inerentes à função. Como já está acontecendo com os trabalhadores domésticos, a remuneração desses profissionais tende a crescer num futuro muito próximo.
BILHÕES EM INFRAESTRUTURA: a presidente Dilma Rousseff aposta no crescimento brasileiro através do incremento das obras de infraestrutura. Para tanto, reuniu empresários do ramo. Sua intenção é começar logo alguns importantes projetos. Em sua pauta, está a privatização de aeroportos, implantação do trem bala, leilões de energia, concessão de rodovias, autorização para novos portos e outros empreendimentos. Alguns problemas detectados em 2012, que podem se repetir em 2013: a) lentidão da máquina pública, atrapalhando o andamento das obras do PAC
b) falta de planejamento e gestão (vide problemas com a Transposição do rio São Francisco)
c) corrupção em todas as esferas de governo, com disputas escandalosas pelo domínio da obra
d) emprego de dinheiro público, principalmente do BNDES, o que, de certa forma, torna inócua as privatizações e concessões. O crescimento brasileiro dos próximos anos está estreitamente vinculado à nossa capacidade de resolver os problemas de infraestrutura.
PROBLEMAS PERSISTENTES: uma das equações mais difíceis refere-se ao câmbio: Mantega diz que os dois reais por dólar vieram para ficar, mas a indústria acha pouco. Não há reação industrial porque os produtos importados são mais baratos. O Brasil depende de suas commodities e dos investimentos externos para compensar as perdas da balança comercial. O déficit na conta de turismo é preocupante e deve chegar a 30 bilhões de dólares. O consumo interno é sustentado pela dinâmica dos salários, emprego e renda, decorrentes da nova situação demográfica. O governo diz que vamos crescer 4% em 2013 e o setor privado aposta em 3%. Contudo, sem resolver os problemas persistentes ou não tocar as obras de infraestrutura, ficaremos abaixo dos 3%."
UGT - União Geral dos Trabalhadores