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UGT Press 315: Necessidade de previsibilidade econômica


30/10/2012

PREVISIBILIDADE ECONÕMICA: as sucessivas crises, sejam aquelas anteriores, localizadas na periferia do planeta, ou as recentes, originadas nos Estados Unidos e na Europa, não permitem margens de segurança para a previsão econômica. Neste panorama, o Brasil, que já foi considerado um caso perdido em termos de organização política e econômica, ganharia muito se reduzisse os riscos de incertezas. Escrevendo sobre isso, afirmou Mário Mesquita: Nessas circunstâncias, seria positivo investir no aumento da previsibilidade e da redução, tanto quanto possível, da incerteza - por exemplo, reafirmando o compromisso com o tripé macroeconômico de metas para a inflação, câmbio flutuante (sem bandas explícitas ou implícitas) e superávit primário (sem artifícios contábeis) em nível adequado para assegurar a redução da dívida pública" (Folha de São Paulo, 25-07-12).

PACOTES INSUFICIENTES: os pacotes econômicos ocasionais e casuísticos não são suficientes para estimular a economia em longo prazo. Melhor seria uma política definitiva, baseada em reformas profundas do quadro político e econômico do Brasil. Nossas eleições estão deterioradas pela influência do fator econômico, nosso Legislativo está cooptado pelo Executivo e o Judiciário vem se redimindo pela apreciação do "caso Mensalão", mas ainda não é garantia suficiente para o império da lei e da ordem jurídica. Somos um país de muitas mudanças legislativas, algumas intempestivas. As estatísticas de novas leis, normas e regulamentos na área oficial são de deixar qualquer um louco em meio ao cipoal de incertezas.

EFEITOS DA CRISE MUNDIAL: quando há crise, uma economia do porte da do Brasil, internacionalizada, sofre sérias consequências: diminuição das exportações, redução dos investimentos, diminuição no ritmo de crescimento, aumento do déficit no balanço de pagamentos e aumento da dívida pública. São todos indicadores vitais que mostram a saúde da economia. O professor Afonso Celso Pastore disse: "Há anos que os dados mostram uma correlação positiva elevada entre os ciclos da produção industrial mundial e brasileira em torno das respectivas tendências, e essa correspondência se elevou depois da crise mundial de 2008. O contágio da crise mundial explica em parte a estagnação da indústria brasileira desde o início de 2010, mas ele é apenas uma parte da explicação" (Estadão, 08-07-12). Ele acha que a redução da atividade provoca a queda da utilização da capacidade industrial instalada e o aumento da taxa de desemprego na indústria. "A indústria é um setor muito aberto ao comércio internacional, sendo a sua capacidade de reajustar preços limitada pela competição das exportações" (idem). Situações que criam alguns paradoxos na economia brasileira, visto que nossas taxas de desemprego são baixas e o nível da atividade comercial é alto.

MENTIR, PRÁTICA DELIBERADA DOS BANCOS? o caso surgiu na Inglaterra e, de novo, o Barclays é o protagonista do imbróglio. Sem queda aparente no valor das ações negociadas em bolsa, o presidente do Barclays, Robert E. Diamond Jr., foi demitido no início de julho, provavelmente em função de fraude deliberada em informações sobre taxas de juros (no Brasil, ele seria saudado como hábil executivo). O colunista do Financial Times, Martin Wolf, foi competente ao explicar: "Os bancos, na sua constituição e administração atuais, não podem gozar de confiança no desempenho de nenhuma função de importância pública contra os ditos interesses de seus funcionários. Os bancos de hoje representam a encarnação do comportamento obcecado pelo lucro levado aos seus limites lógicos e, como resultado, a única pergunta feita pelo alto escalão administrativo não diz respeito ao seu dever nem à sua responsabilidade, e sim àquilo que será possível fazer sem chamar a atenção das autoridades" (citado por Simon Johnson, do Herald Tribune, reproduzido pelo Estadão de 07-07-12). O Banco Central do Brasil precisa ter extrema vigilância sobre a prática dos bancos brasileiros, especialmente na cobrança deliberada de taxas, na maior parte das vezes sem autorização do cliente. Não se trata de mentira, mas, às vezes, até de apropriação indébita.

OS SINDICATOS PRECISAM ESTAR NA POLÍTICA: o líder sindical metalúrgico americano, Bob King, esteve no Brasil para abrir um escritório do UAW (United Auto Workers). Ele, conectado com a globalização, pretende criar um movimento mundial de solidariedade entre trabalhadores. Em sua passagem, King concedeu entrevista ao jornal "O Estado de São Paulo" quando defendeu o engajamento político dos sindicatos: "Eu acho que os sindicatos têm de se envolver politicamente. Apoio essa ação em qualquer lugar do mundo, de estar envolvido com todos os partidos políticos e candidatos que apoiam a justiça e as demandas dos trabalhadores" (12-07-12). No Brasil, o presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah, vem estimulando seus liderados para entrar na política e disputar cargos. Há visível desequilíbrio na representação do Congresso Nacional, com escandalosa predominância dos representantes do poder econômico."




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