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UGT Press 311: FARCs


03/10/2012

FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA (FARCs): a origem das Farcs remonta à década de 60 do século passado. Inicialmente, de inspiração comunista, se intitulava uma guerrilha revolucionária marxista-leninista, cujo objetivo era implantar o socialismo na Colômbia". Em certos momentos, dizia-se que as Farcs dominavam entre 15% e 20% do território colombiano, localizadas sobretudo na selva, no sudoeste das planícies existentes na base da Cordilheira dos Andes. Já na década de 80, existiram fundadas desconfianças de que os guerrilheiros estavam se associando ao tráfico de entorpecentes. Os governos da Colômbia, Estados Unidos, União Européia e Canadá consideram as Farcs uma "organização terrorista". Brasil, Equador, Bolívia e Argentina não adotaram a expressão. Em 2008, Hugo Chávez, presidente da Venezuela, tratou-as como "forças beligerantes" ou "insurgentes". O Departamento de Estado dos Estados Unidos diz que as Farcs controlam a maior parte do refino e distribuição de cocaína em território colombiano e é responsável em boa parte pelo suprimento americano. As Farcs começaram a perder terreno no governo de Álvaro Uribe, quando sofreram importantes derrotas e foi sendo espremida em faixas cada vez menores do território colombiano.

CONSEQUÊNCIAS: depois de quase 50 anos de conflitos, calcula-se que cerca de 500 mil colombianos perderam suas terras e casas, refugiando-se em países vizinhos, especialmente Venezuela, Equador e Panamá. Também muitas pessoas deixaram sua região natal para engordar as periferias de Bogotá. Promovendo o confronto armado, sequestrando autoridades e cometendo assassinatos, a guerrilha espalhou o terror e fez aparecer uma das mais nocivas organizações de direita, os paramilitares. Onde quer que estivessem, os paramilitares se julgavam acima do bem e do mal. A população indefesa ficava entre os guerrilheiros e os paramilitares, sem alternativas e caminhos adequados para uma sobrevivência digna. Uribe encurralou as Farcs e o atual presidente, Juan Manuel Santos, deu um passo à frente, tentando a conciliação e a paz.

JUAN MANUEL SANTOS: o presidente da Colômbia pode passar à história como o homem que pacificou o país. Basta que seu plano de paz seja aceito e que se construam as bases para um novo modelo de desenvolvimento. Desde sua posse, ele se esforça para criar as condições de paz. Inicialmente, enviou ao Congresso da Colômbia a "Lei de Vítimas e Restituição de Terras", representando um importante sinal na direção da construção de um processo de paz, incluindo uma importante perspectiva de "reparação e reconciliação". A maior discussão (e talvez o maior problema) na aplicação da Lei refere-se às famílias que vivem fora da Colômbia, refugiados reconhecidos por outros países e até pessoas com necessidade de proteção especial. Muitos preferiram ficar invisíveis em seus novos habitats. Contudo, o governo tem avançado, ainda que lentamente.

JULIO ROBERTO GOMEZ: o presidente da Confederação Geral do Trabalho (CGT) está a favor do processo de paz, dando um respaldo social importante ao presidente Santos. Contudo, Gomez foi duro: exigiu sinceridade no processo, liberação de todos os sequestrados ainda em posse das Farcs e a cessação imediata das hostilidades e das ações armadas e terroristas. "Simultaneamente com esses diálogos, o Governo deve pôr em marcha programas ambiciosos para a geração de trabalho decente, planos habitacionais para as famílias mais empobrecidas e garantir a educação e saúde do povo", afirmou Júlio Roberto Gomez em nota distribuída pela CGT. Em tese, a CGT afirma que não pode haver paz sem justiça social.

APOIO DA UGT-BRASIL: todo processo de paz, seja qual for a latitude ou sejam quais forem as condições, deve ser estimulado. A situação de beligerância na Colômbia tem cerca de 50 anos. Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores do Brasil, de posse da nota oficial da CGT-Colômbia ("CGT respalda proceso de paz con alzados en armas pero exige liberación de secuestrados y ceses de acciones terroristas"), manifesfou o seu apoio à tentativa de conciliação e paz no país vizinho. Patah expressou o seu contentamento pelos esforços em direção à construção da paz interna na Colômbia, compartidos pela maioria das organizações de trabalhadores daquele país."




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