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UGT Press 310: Segurança Internacional


25/09/2012

SEGURANÇA INTERNACIONAL: a Fundação Konrad Adenauer da Alemanha, escritório do Brasil no Rio de Janeiro, realizou no dia 19/09 a IX Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana, abordando o tema segurança e responsabilidade em um mundo bipolar". No mês de outubro, nos dias 22, 23 e 24, em Lima, no Peru, acontece a reunião da Rede Hemisférica de Segurança Internacional. O assunto, que nunca saiu da pauta, tem sido discutido com frequente interesse, especialmente depois que a interdependência entre os países se aprofundou.

FIM DA GUERRA FRIA: com o fim do conflito leste/oeste, desaparecimento da União Soviética e queda do Muro de Berlim, algumas coisas estão mudando no cenário mundial. Houve distensão entre as grandes potências, apareceu uma nova grande potência (China) e alguns países tiveram seus protagonismos aumentados e cresceram em importância (Brasil e Índia, por exemplo). Por isso, é preciso identificar as novas premissas das relações internacionais. O objetivo é, além da paz, a governabilidade, a segurança e a proteção num mundo diferente, cada vez mais multipolar.

INTERDEPENDÊNCIA TEMÁTICA: além da interdependência entre os países, cada vez mais aguda, modernamente, há o que chamamos de "interdependência temática". Entram aí assuntos como segurança internacional, governabilidade, meio ambiente, narcotráfico, crime organizado, pirataria, migração, pobreza, ajuda humanitária, tolerância religiosa, fluxos financeiros, integração de mercados e tantos outros, alguns com grandes cargas emocionais. Um dos temas novos refere-se ao tráfico de armas: cresce a convicção, apesar das reticências, de que em algum momento este assunto precisará ser enfrentado pelo conjunto de nações da ONU (Organização das Nações Unidas).

PROVEDORES DE SEGURANÇA: é recente a teoria dos provedores de segurança, a começar pelos Estados Unidos em determinado momento postando-se como "polícia do mundo". O enfraquecimento americano, a crise européia, o novo protagonismo da China, o aparecimento dos países emergentes, tudo conspirou para que a multipolaridade não fosse mais uma utopia. Há novos candidatos a provedores de segurança no mundo: a Alemanha, que começa a reorganizar suas forças militares, declara abertamente que sua preocupação, agora diferente, está em proteger a União Européia e fornecer grupos de militares garantidores da paz. Assusta, mas a presença da Alemanha, especialmente depois da reunificação, já é sentida em algumas regiões do mundo. Ela está reestruturando suas forças armadas com um novo senso de organização, com mudanças profundas, incomparável com a tradição militar do século passado. É bom ficar de olho nisso.

BRASIL: o Brasil é um novo ator global e alguns dos problemas de "segurança temática" colocam o país no centro das discussões. Por exemplo: meio ambiente, narcotráfico, migração, pobreza e tantos outros. As Forças Armadas do Brasil têm uma concepção ainda calcada no pensamento de segurança nacional dos séculos 19 e 20, não é profissional nem tecnologicamente preparada, mas há preocupação em dar um salto de qualidade em relação ao futuro. A discussão mais importante refere-se ao desenvolvimento de tecnologias próprias ou compra de tecnologia alheia. Desde o governo Lula, tem-se discutido muito sobre compras de submarinos e aviões, sem uma conclusão adequada. Nós, os trabalhadores, julgamos que é mais correto, mesmo que em longo prazo, procurar desenvolver tecnologias próprias.

UNASUL: a criação da Unasul - União das Nações Sul Americanas - foi um avanço extraordinário. UGTpress, número passado, alertou sobre a existência de pendências retrógradas, fruto de um passado pouco inteligente. O destino dos países da América do Sul é viver e conviver juntos, desenvolvendo estratégias de segurança e defesa próprias e em conjunto. Tudo isso é muito importante, inclusive para a preservação da vocação democrática da região e a proteção de seus abundantes recursos naturais. A América do Sul, como diz sempre o embaixador Botafogo Gonçalves, é muito rica em todos os recursos estratégicos. Ele defende maior e melhor cooperação entre o Itamaraty e as Forças Armadas, ressalvando que essa relação é boa, mas precisa ser aprofundada."




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