11/09/2012
LAVAGEM DE DINHEIRO: o escândalo envolvendo o HSBC, banco sediado na Inglaterra, é muito grave: lavagem de dinheiro do narcotráfico mexicano. O Barclays, outro banco britânico, cometeu uma falta, para nós brasileiros, mas prosaica: admitiu manipular taxas de juros intercambiários. Por isso, pagou uma multinha de aproximadamente meio bilhão de reais. Já o Standard Chartered, também inglês, foi acusado de lavar mais de 250 bilhões de dólares do Irã. Interessante que as investigações que constataram esses pecados todos foram governamentais (a do HSBC foi feita pelo Senado dos Estados Unidos). Conclusão: aos grandes ou aos pequenos bancos não interessa a origem do dinheiro. Interessa o dinheiro e ponto final. Se isso acontece na Inglaterra, imagine na periferia do planeta!
MUDANÇAS: essas situações, infelizmente constatadas em grandes bancos de países do primeiro mundo (se é que esta expressão ainda tem sentido), todas ligadas às crises que nos assolam desde 2008, estão provocando preocupações e mudanças no panorama financeiro global. Embora alguns bancos ingleses ainda sejam os maiores do mundo, os dos Estados Unidos se enfraqueceram e os da China se fortaleceram. Numa comparação, entre 1999 e 2010, antes os Estados Unidos emplacavam, entre os 20 primeiros bancos, nada menos do que 11 estabelecimentos. Hoje estão com somente três na lista. A China que não tinha nenhum banco na lista de 99, tem agora quatro. A Inglaterra continua com quatro. A França, que não tinha nenhum, agora tem três. O Japão tem dois e a Espanha, Suíça, Alemanha e Holanda com um cada. Como curiosidade, anote que São Paulo é o 50º centro financeiro do mundo, mas segundo Paulo Oliveira, presidente da BRAIN (Brasil Investimentos e Negócios), São Paulo tem uma chance única de consolidar-se como polo financeiro mundial" (Folha de São Paulo, 19-11)".
VIRTUDES BRASILEIRAS: segundo o mesmo Paulo Oliveira, que escreveu um texto sobre o assunto, "o Brasil oferece segurança jurídica e vem se beneficiando de uma estabilidade institucional e de mercado. O país é menos volátil economicamente do que nações como os Estados Unidos e a Inglaterra". Para ele, no entanto, ainda existem alguns desafios: "manter o respeito às regras, diminuir a burocracia e aumentar a integração na América Latina. O país é o último entre 283 avaliados pelo Banco Mundial no quesito facilidade para as empresas pagarem impostos". Muito bom que o Banco Central do Brasil, desde o governo FHC, vem fazendo com eficiência o dever de casa. Continuar mantendo estreita vigilância sobre isso é imperativo indelegável dos bancos centrais.
NÃO É SÓ AQUI: os brasileiros passaram a ser alvo dos ladrões nos Estados Unidos, principalmente no Estado da Flórida, para onde vão aos montões, levando dinheiro em espécie. Segundo reportagens em jornais, nosso Consulado em Miami tem registro recordes de reclamações sobre furtos contra brasileiros. A polícia americana, segundo a Folha de São Paulo (19-08) "suspeita da participação de funcionários de hotéis". Na mesma reportagem, o presidente da ABAV (Associação Brasileira de Agências de Viagem), Leonel Rossi Júnior, disse: "Já tive cliente esfaqueada na França. Já tive clientes que tiveram a carteira roubada também na França. Se você não tomar cuidado, pode ser vítima, sim, em qualquer lugar". Verdade. Isso também tem acontecido em São Paulo, incluindo roubos a cofres de hotéis, como aconteceu na África do Sul à época da Copa do Mundo. Como a próxima Copa do Mundo será no Brasil, seria bom que as autoridades brasileiras tivessem um plano para evitar esses aborrecimentos a quem nos vem visitar. Uma contadora brasileira, furtada em Orlando (Flórida), disse algo hilário: "Fomos roubados porque nos acharam lesos, deslumbrados com tudo ...". Como nos Estados Unidos a vítima precisa participar do julgamento dos ladrões, a maioria dos brasileiros não dá queixa.
CHINA VERSUS JAPÃO: questão entranhada na história milenar dos dois países, os conflitos não terminaram. Qualquer pequeno incidente renova as tensões. Em 19 de agosto, milhares de chineses saíram às ruas para protestar contra a presença de ativistas japoneses nas ilhas Diaoyu (Sentaku, no Japão), disputadas pelas duas nações. Essa situação de conflitos agravou-se muito na época da Segunda Grande Guerra Mundial, quando o Japão invadiu a China e cometeu algumas atrocidades. Os dois países se acusam mutuamente pela invasão de ativistas mesmo em ilhas desabitadas. Parecido, em termos, ao caso da Inglaterra e Argentina, com as Ilhas Malvinas (Falklands para os ingleses)."
UGT - União Geral dos Trabalhadores