23/07/2012
ROMÁRIO NA NEWSWEEK: a Revista Newsweek, de 19 de março passado, focalizou o deputado federal Romário de Souza, enfatizando suas qualidades de legislador. O irrepreensível herói do futebol se aquietou em uma confortável aposentadoria, mas sua filha mostrou que ele tem coisas urgentes para fazer", foi o subtítulo de uma matéria de página inteira (9), escrita por Mac Margolis. A reportagem é elogiosa e ressalta o papel de sua filha Ivy, hoje com 7 anos e que nasceu com síndrome de Down, em sua vida e em suas atividades parlamentares, onde se revelou um político sério, atuante, muito diferente do jogador irrequieto que encantou Holanda, Espanha e Brasil. Diz ainda que Romário rascunhou 48 projetos, tornando dois deles leis definitivas (um para ajudar crianças pobres e outro para favorecer crianças com necessidades especiais). Romário diz: "O Brasil tem 45 milhões de crianças com necessidades especiais. Ser ídolo não foi suficiente para ajudá-las".
COURSERA.ORG: a empresa foi lançada em 18 de abril, contando com o apoio de vários fundos de investimento, especialmente do Vale do Silício. A informação é de Thomas L. Friedman (The New York Times), reproduzida pelo Estadão, em 18 de maio. Ele dá o exemplo do professor Andrew Ng, assistente de computação em Stanford. Diz o professor: "Normalmente, costumo lecionar para 400 alunos. Antes para chegar a tal número de alunos [100 mil no último semestre], eu teria de dar as aulas do meu curso normal de Stanford por 250 anos". É uma revolução em andamento no ensino das universidades americanas. Estão aderindo à prática alguns professores de Stanford, Princeton, Michigan e Pensilvânia. Fridedman explica que "a Coursera espera revolucionar o ensino superior ao permitir que estudantes de todo o mundo assistam as aulas do professor Andrew (cofundador da Coursera), recebam tarefas para fazer em casa, sejam avaliados, recebam um certificado de conclusão do curso e então usem isso para conseguir um emprego melhor ou a admissão numa faculdade melhor".
ELEIÇÕES MUNICIPAIS: vem aí as nossas eleições municipais. O que assusta é o grau elevado de coligações, as mais estranhas e inexplicáveis, tentando-se obter o maior tempo de televisão e aumentar a quantidade de candidatos a vereador, reforçando a campanha e o leque de apoios, visando a vitória a qualquer preço. Do maior ao menor município, a prática esteve presente, com uma ou outra inconformidade visível, caso mais notório, por exemplo, de Luiza Erundina em São Paulo. Outra tendência é a atitude conservadora dos candidatos, a maioria procurando atender às vontades e desejos do eleitorado, contando para isso com as pesquisas de opinião pública, realizada por grandes e famosos institutos. Poucos com ideias próprias e atitudes singulares. Essa, aliás, é uma tendência mundial, onde se oferecem prêmios de curto prazo e nunca a prosperidade em longo prazo, sempre mais trabalhosa e difícil. Uma reforma política que proibisse coligações e exigisse cotas mínimas de votos por partido, certamente corrigiria essa deformação do sistema político brasileiro.
ÁFRICA: projeções do FMI (Fundo Monetário Internacional) dão conta que a África poderá ser, depois da América Latina, a bola da vez em termos de desenvolvimento econômico. Sua população deverá dobrar nos próximos 50 anos. Dentro de cinco anos, a África deverá crescer mais do que a média dos demais continentes. Segundo Howard French, professor da Universidade de Colúmbia, "hoje, sete das dez economias que mais crescem no mundo são africanas. O continente é sabidamente rico em recursos naturais, o que certamente ajudou, mas alguns estudos sugerem que os principais fatores de avanço são bem menos costumeiros para a África e bem mais animadores para o seu futuro: comércio atacadista e varejista, transporte, telecomunicações e produção industrial" (Estadão, 27-05). O Brasil tem muito a ganhar continuando a trabalhar com as economias africanas. O governo Lula marcou o início das relações de cooperação e comércio com vários países da África e, tudo indica, estava certo.
PERDENDO O INTERESSE: de tanto ser maltratado pela imprensa e com a notória falta de empenho das autoridades, o caso Delta/Carlinhos Cachoeira vem perdendo intensidade e interesse. Parece, como vaticinaram muitos no início da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que o caso vai apenas punir o senador Demóstenes Torres, que foi para o matadouro em nome da honra dos exemplares políticos brasileiros. Sabia que o dia 10 de julho foi o Dia da Pizza?
TRILIONÁRIOS: a ONU (Organização das Nações Unidas) está defendendo a adoção de impostos sobre transações financeiras e sobre a emissão de CO2 (dióxido de carbono, gás carbônico ou anidrido carbônico). Num caso simulado, seriam taxadas as maiores fortunas do planeta. Existem 1.226 pessoas (425 nos Estados Unidos, 315 na Ásia-Pacífico, 310 na Europa, 90 no resto da América e 86 na África e Oriente Médio) que, juntas, possuem uma cifra quase impronunciável - US$ 4.600.000.000.000. Os autores do estudo informam que um por cento (1%) sobre tais fortunas produziria 46 bilhões de dólares, algo praticamente imperceptível para os implicados. Se gastassem mil dólares/dia, essas pessoas consumiriam sua fortuna em 10 mil anos. Já o imposto sobre transações financeiras (taxa Tobin)renderia 400 bilhões de dólares/ano, suficiente para erradicar a pobreza da face da Terra."
UGT - União Geral dos Trabalhadores