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UGT Press 299: Watergate, 40 anos depois


10/07/2012

WATERGATE: quarenta anos depois, desde junho de 1972, o caso Watergate continua produzindo teses e estudos. Acredita-se que, quando arrombadores foram detidos ao invadir a sede do Partido Democrata, em Washington, no Edifício Watergate, que veio a ser a senha do caso, houve o maior atentado contra uma das mais sólidas democracias do Ocidente. Carl Bernstein e Bob Woodward, em alusão à data, escreveram um longo artigo no lendário The Washington Post, reproduzido pelo Estadão em 17-06, em que reafirmaram: No seu aspecto mais virulento [Watergate], foi um ataque insolente e ousado, liderado por Nixon (Richard Nixon, então presidente dos Estados Unidos), ao cerne da democracia americana: a Constituição, nosso sistema de eleições livres, o estado de direito". Todavia, há quem afirme hoje, que a vitória de George W. Bush sobre Al Gore, depois de uma contagem de mais de 40 dias dos votos da Flórida, em 2000, governada por Jeb Bush, irmão de George, foi alguma coisa muito pior e mais devastadora do que o Caso Watergate. Em resumo, isso quer dizer que a democracia americana não está imune às suspeições e imperfeições, tão comuns no sul.

PROPAGANDA: o mês de junho também foi notícia em função da 59ª edição do Cannes Lions Festival Internacional da Criatividade, o maior palco para o desfile das mais criativas e melhores propagandas do mundo. Um prêmio nesse palco privilegiado significa catapultar uma empresa de publicidade para a vitrine dos grandes anunciantes do planeta. Na história de Cannes, o Brasil pode ser considerado um país vencedor, bem-sucedido. Neste ano, foi o segundo país em participação, perdendo somente para os Estados Unidos. No entanto, discute-se a qualidade da propaganda brasileira, para alguns momentaneamente em decadência. Sem entender do assunto, próprio para especialistas, as observações que os leigos podem fazer repousam na apresentação diária que eles têm, especialmente na televisão, das inúmeras peças publicitárias. Uma coisa é certa e salta aos olhos: no Brasil, a propaganda governamental é onipresente.

BOLSAS DE ESTUDOS: sabe-se que o estudante brasileiro precisa de bolsas de estudo, seja internamente ou para estudar no exterior. Dilma Rousseff anunciou um esforço extraordinário para colocar brasileiros estudando fora do Brasil. Há convênios com os Estados Unidos, China e outros países. Isso é bom e deve ser estimulado. No entanto, estão aparecendo muitas críticas, especialmente pela existência de entraves burocráticos e tributação. É que, desde o ano passado, o governo criou novas regras para taxar as empresas que oferecem bolsas de estudo ou subsidiam a educação de seus funcionários. Pela nova regra, as ajudas que ultrapassarem uma vez e meia o salário mínimo de contribuição (R$ 933,00), devem pagar a previdência social. Isso significa incluir o rendimento na conta de salário. "É um absurdo o governo pedir apoio ao setor privado para bancar, por exemplo, parte das 100 mil bolsas do Programa Ciência Sem Fronteira e do outro lado, cobrar encargos", disse José Pastore, professor da USP (Universidade de São Paulo) e assessor da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

RENÚNCIA FISCAL INEFICIENTE? Se for válida a tese do presidente da Serasa, Ricardo Loureiro, exposta em 24 de junho, na Folha de São Paulo, talvez o governo da presidente Dilma Rousseff devesse estudar melhor a eficiência das renúncias fiscais, caso, por exemplo, do Imposto sobre Produtos Industrializados. Para o Sr. Loureiro "combatendo a inadimplência, além de aumentar o volume de recursos em circulação na economia, se estimula o consumo em um horizonte longo, e não apenas no curto prazo". Suas afirmações dão conta que "uma queda de 20% na inadimplência recuperaria R$ 15,8 bi em um ano, três vezes a renúncia fiscal com imposto de veículos". Valeria a pena estudar isso mais a fundo.

BANCOS CENTRAIS: recentemente, o professor Antonio Delfim Neto levantou a tese de que não cabe mais a discussão sobre o papel dos Bancos Centrais (BCs), principalmente a defesa da privatização, muito em voga nas décadas de 80 e 90 do século passado. Agora, surge uma tese mais interessante ainda: a de que o papel dos BCs cresce em tempos de crise e que é fundamental para garantir a estabilidade mundial. Sabe-se que nos países onde há rigor fiscalizatório, os BCs se saíram muito melhor. O Brasil se encontra neste caso. Concorre para essa constatação, a crônica ausência de lideranças políticas fortes e capazes de um protagonismo transformador. No caso, entra o rigor ortodoxo dos BCs."




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