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UGT Press 292: Juros: continuam os equívocos


22/05/2012

SÉRIE DE EQUÍVOCOS: o jogo de braço entre o governo e os bancos privados continua, especialmente com equívocos por parte da Febraban (Federação Brasileira de Bancos). Iniciou-se com o presidente da Febraban, Murilo Portugal, quando apresentou uma lista de reivindicações e disse que a bola estava com o governo. Depois, foi a vez do economista Rubens Sardenberg, que assinou um documento com uma frase no mínimo dúbia: Você pode levar um cavalo até a beira do rio, mas não conseguirá obrigá-lo a beber água" (como se funcionários pudessem falar sem autorização). O governo vem fazendo a sua parte: determinou que os bancos oficiais baixassem os juros e modificou as regras da caderneta de poupança. Ainda, sempre no dicionário ortodoxo, não ameaçou tabelar os juros, permitindo aos bancos adotarem suas próprias políticas. Algumas entidades, a exemplo da UGT (União Geral dos Trabalhadores), vêm fazendo manifestações em apoio à presidente Dilma Rousseff. A UGT fez uma manifestação defronte ao prédio da bandeira Visa em São Paulo, chamando a atenção para o absurdo das taxas cobradas pelas operadoras de cartões de crédito. Na semana passada, os dois maiores bancos particulares do país - Bradesco e Itaú - afinaram os seus discursos com o governo, de certa forma desautorizando a Febraban. O Bradesco chegou a fazer propaganda massiva em favor das novas regras da caderneta de poupança. O jogo segue, mas, entre aqueles que perfilam no interior do governo, há uma corrente ainda minoritária que defende a baixa obrigatória dos juros ou a adoção de uma escala temporal descendente, ou seja, prazos marcados para redução gradativa e percentual dos juros cobrados de clientes e consumidores.

JORNALISTAS: o jornalismo continua sendo uma profissão de risco. Na América Latina são dezenas de assassinatos nos últimos anos. No Brasil, recentemente, um jornalista do Maranhão foi assassinado. Recente, o canal em inglês da Al Jazeera foi obrigado a encerrar suas transmissões da China, tendo em vista a expulsão da jornalista americana Melissa Chana, que trabalhava no país há cinco anos. Não houve concessão de vistos de permanência na China para os eventuais substitutos de Melissa. Talvez, a reportagem que desagradou o governo chinês tenha sido um documentário apresentado na Al Jazeera sobre locais de reeducação para dissidentes. Nesses locais, que lembram campos de concentração, os dissidentes são internados e a reportagem comparou a medida a "uma espécie de escravidão". Estranhamente, Melissa não participou dessa reportagem, que foi apresentada no ano passado. Apesar dessas discrepâncias, criticadas mundo afora, a China vem promovendo a expansão de sua rede de agências estatais e de jornalistas contratados no exterior: informações dão conta de que existem 18 mil funcionários e 140 escritórios espalhados pelo mundo.

ELEIÇÕES NA FRANÇA: mais uma vez, a oposição ganhou um governo na Europa, desta vez na França. Depois que se instalou a crise europeia, nenhum partido governamental ganhou as eleições, exceção feita ao partido da chanceler alemã, Angela Merkel, mas a derrota de Sarkozy não deixa de ser também uma derrota de Merkel ou o fim da Era Merkozy. A vitória de François Hollande na França é interessante em função de seu programa de governo, que todos duvidam seja colocado verdadeiramente em prática. O programa de Hollande é ousado e incluiu aumentar o imposto de renda dos milionários até 75%
baixar a idade de aposentadoria para 60 anos, desde que a pessoa tenha 41,5 anos de contribuição à Previdência
subir o salário mínimo
impedir a alta do IVA, esta proposta por Sarkozy
taxar os ganhos de capital da mesma forma que são taxadas as rendas do trabalho
legalizar o casamento gay e dar-lhes direito à adoção de crianças
empresas que transferirem as suas fábricas para fora da França deverão devolver eventuais ajudas públicas
reduzir a produção de energia nuclear de 75 para 50%, até 2025
aprofundar a separação entre Igreja e Estado, implantando um verdadeiro Estado laico
baixar os salários dos políticos, começando pelo presidente e atingindo ministros e diretores de empresas públicas
retomar a construção de casas para estudantes e pessoas de baixa renda
direito de voto aos estrangeiros com mais de cinco anos na França
contratação de 60 mil novos professores
regular a eutanásia
subir os impostos para os bancos
obrigar os partidos políticos a respeitar a paridade de gênero
cassação dos direitos políticos dos condenados por corrupção
aumentar a ajuda para famílias com filhos em idade escolar
subir o imposto sobre herança e patrimônio
retirar as tropas do Afeganistão
e outras típicas da cultura francesa.

CORRUPÇÃO: a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os malfeitos de Carlinhos Cachoeira e seus aliados, dentro e fora das instituições públicas, está sendo desacreditada pela opinião pública. Ninguém acredita que dali possa sair algo realmente destinado a corrigir situações que, de resto, existe na administração pública brasileira desde sempre. A Comissão é mista, há denúncias de censura a alguns deputados, há governos - estaduais e federal - que se sentem ameaçados, há desconfianças envolvendo até mesmo gente do Poder Judiciário e há pressões partidárias intensas, todas com vistas às próximas eleições municipais. Por último, a Delta está sendo negociada de forma que um novo grupo possa comprá-la, retomar as obras, dar seguimento aos contratos e salvar as aparências. A última notícia é que a CPI vai limitar as investigações à região centro-oeste onde, dizem, o estrago já está feito."




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