17/04/2012
BOLSISTAS BRASILEIROS: com muita pompa foi anunciado o plano do governo em dotar os estudantes brasileiros com bolsas de estudo no exterior. No passado, essas bolsas pouco serviram à Nação, uma vez que um número pequeno de bolsistas voltou ou trabalhou para o país, em pesquisas científicas e tecnológicas. Agora, Dilma Rousseff, como bandeira da educação, alardeou o programa Ciência sem Fronteiras" e a meta seria enviar mais de 100 mil bolsistas aos principais centros de estudos e universidades do mundo. Segundo o jornal "O Estado de SãoPaulo", em editorial de 2 de abril, cerca de 11 mil estudantes e pesquisadores já estão no exterior e há perspectiva de mais 9 mil viajarem até dezembro, contudo eles só receberam a passagem e "não receberam o depósito das bolsas a quem têm direito". O estudante João Paulo Catanoce afirmou "é constrangedor passar por isso, ainda mais em um país onde todo mundo paga as contas em dia. Passa uma má impressão do Brasil". Catanoce está em Vancouver, no Canadá, para cursar engenharia na Universidade da Colúmbia Britânica. Agora, com a passagem de Dilma pelos Estados Unidos e com o interesse dos americanos pelo tema, o programa deverá melhorar.
TRABALHADORES ESPECIALIZADOS: que o Brasil vem importando trabalhadores para suprir a sua falta de mão de obra especializada todos sabem, mas que tenha virado a meca de empregos para portugueses, espanhóis e italianos é uma novidade. Segundo notícias de jornais, já há uma página no Facebook ajudando esses estrangeiros a encontrar trabalho no Brasil. As informações dão conta que cerca de 40 mil estrangeiros já acessaram a página "Empregos no Brasil para Estrangeiros" e o fato da maioria pertencer aos três países latinos tem explicação nas afinidades culturais e, no caso de Portugal, também lingüística. Os três países passam por uma crise na oferta de empregos e o Brasil acabou virando um campo de novas oportunidades de trabalho.
CRISE E LEGISLAÇÃO TRABALHISTA: a primeira providência dos governos de turno em qualquer país em crise é atirar contra a legislação trabalhista. Isso está acontecendo na Europa, em países onde a crise recrudesceu - Espanha, Itália, Portugal e Grécia -, gerando protestos sem precedentes como o que ocorreu na Espanha no final de março. O professor da USP (Universidade de São Paulo), Marcus Orione, em entrevista à Folha de São Paulo (01-04), disse que "o Estado de bem-estar social europeu é o máximo que uma sociedade capitalista já produziu de desenvolvimento social. Diminuir direitos para que e para quem, já que aquilo que qualquer Estado possa pretender é a exatamente a segurança social ainda existente na Europa?" A pergunta do professor Orione procede vez que países que ainda não atingiram o patamar de bem-estar social, como o Brasil, têm a tendência de imitar esses países e negar os patamares mais civilizados de nível de vida para a sua população trabalhadora. O "estado de bem-estar social" é ainda um objetivo dos trabalhadores brasileiros.
CUBA: entrevistado pela Folha de São Paulo (02-04), o economista cubano Pavel Alejandro Vidal, da Universidade de Havana, surpreendeu o público especializado ao afirmar que uma eventual saída de Hugo Chávez do governo da Venezuela provocaria uma grande crise em Cuba. Seu raciocínio é simples: sem Chávez, Cuba perderia o fornecimento de petróleo barato e a prazo, além de deixar de receber as divisas provenientes de seus serviços médicos, os quais, atualmente, rendem mais do que o turismo na ilha. Calcula-se que hoje cerca de quase 30 mil profissionais de saúde provenientes de Cuba estão na Venezuela prestando serviços. Mas, não é só Chávez e a Venezuela que são "solidários" com o regime cubano. O governo brasileiro também vem oferecendo a sua cota de colaboração via obras financiadas com dinheiro do BNDES. Dilma reafirmou em sua visita aos Estados Unidos, diretamente ao presidente Barack Obama, que o Brasil continuará solidário a Cuba.
ESCÃNDALO: um escândalo pouco divulgado - em geral os escândalos são suplantados por outro escândalo de maior repercussão - relacionado com a compra de 28 lanchas para o Ministério da Pesca, chegou às páginas dos jornais. Quem levantou o problema foi o Tribunal de Contas da União. Segundo o TCU, das 28 lanchas compradas pelo Ministério da Pesca, 23 estão fora de operação. Há rigorosas determinações do TCU para "solucionar as pendências que impedem a plena utilização da totalidade das embarcações adquiridas". Os gastos com a aquisição ultrapassaram 30 milhões de reais. Na atual ótica dos gastos públicos, pelo valor, essa deve ser uma "despesinha residual".
FRASE PERIGOSA: "O Brasil deveria tomar uma decisão corajosa de pôr fim, voluntariamente, ao seu programa de enriquecimento de urânio e insistir que outras nações, incluindo o Irã, sigam o seu exemplo". A frase é de Bernard Aronson, administrador de fundos de participação acionária e ex-secretário adjunto dos Estados Unidos para os Assuntos Interamericanos e foi escrita em artigo para o "The New York Times",republicado pelo Estadão em 5 de abril. O programa de enriquecimento de urânio do Brasil é o único rigorosamente pacífico do mundo com comprovação de utilização em 99% do material. O restante 1% é utilizado na área médica. As nações desenvolvidas e ricas, depois de construir seus arsenais nucleares, querem manter os demais países na ignorância nuclear, sujeitos aos humores desses centros de poder. Felizmente, com exceções que não vêm ao caso, o artigo e a frase não tiveram grande repercussão. Porém, vindo de quem veio, é bom o Brasil se precaver."
UGT - União Geral dos Trabalhadores