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UGT Press 285: Metais Terras-Raras


03/04/2012

METAIS TERRAS-RARAS: UGTpress foi um dos primeiros órgãos de comunicação a tratar desse importante assunto: os metais terras-raras. O que são? Segundo a Revista Veja nº 2261, de 21/03/12 são dezessete elementos químicos difíceis de serem encontrados com alto grau de pureza e concentração. Eles são bons condutores de eletricidade e calor, além de altamente magnetizáveis." A revista afirma que eles são tão essenciais hoje quanto foi o carvão para a Revolução Industrial. Não devemos confundi-los com metais raros, casos do ouro e da prata. Entre esses elementos estão neodímio, lantânio, monazita, lítio, íon, gálio, germânio, fluorito, cério, térbio, ítio, etc.. Servem para produzir Iphones, lasers, carros híbridos, telas de computadores, mísseis direcionados ou guiados pelo calor e uma variada gama de outros produtos, todos de alta tecnologia. 97% da demanda mundial desses materiais são supridas pela China, mas ela está afirmando que sua exploração precisa ter maior controle em função "dos danos ao meio ambiente", defendendo cotas para exportação e tributos mais altos. Essa postura chinesa elevou o preço de alguns desses elementos, com aumentos que chegaram a quase 40 vezes o valor inicial. Contra isso, interpôs recurso na OMC, em conjunto os Estados Unidos, Japão e a União Europeia.

O BRASIL E AS TERRAS-RARAS: a batalha pelos metais "terras-raras" interessa muito ao Brasil. A ação que promove esses três pesos-pesados (União Europeia, Japão e Estados Unidos), já com ganho de causa na OMC, é contra a taxação e imposição de cotas para exportação. A briga é fácil de entender: sem esses produtos, as indústrias de ponta dos países desenvolvidos estarão a reboque da indústria chinesa e com produtos caros estarão com preços infinitamente superiores aos preços chineses. Por indústrias de ponta entende-se a produção de celulares, smartphones, componentes para trens de alta velocidade, energia eólicas, lâmpadas florescentes, além de outros já citados. O que não querem os países que entraram com recurso na OMC é que a China crie uma crise sem precedentes em suas indústrias avançadas. O Brasil (lembrem-se que Dilma Rousseff foi ministra das Minas e Energia) deveria desenvolver sua prospecção ou indústria de produção desses produtos raros e importantes, tornando-se também exportador e produtor de alta tecnologia. Começar logo para não se arrepender depois, pois já somos um exportador de matérias primas e commodities, com baixa produção de produtos de alto valor agregado.

THOMAS FRIEDMAN: vem a calhar o que escreveu o escritor e colunista do The New York Times, Thomas Friedman, normalmente artigos reproduzidos pelo Estadão e repetindo as teses que ele desenvolveu em seu best seller "O Mundo é plano" (Editora Objetiva, 2005). No último artigo (14-03), ele fez e respondeu a uma pergunta incomum. Pergunta: que país, além do seu, você admira? Resposta: "Taiwan porque é uma rocha nua em um mar repleto de tufões, sem recursos naturais que lhe permitem sobreviver - ela precisa importar até areia e cascalho da China para construção -, mas tem a quarta maior reserva financeira do mundo. Porque em vez de escavar a terra e minerar o que quer que encontre embaixo dela, Taiwan cultiva seus 23 milhões de habitantes, seu talento e sua inteligência - homens e mulheres, indistintamente".

OCDE: a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), informa Friedman, dá a resposta. Ela apresentou os resultados de um estudo que mostra "a correlação entre o desempenho nos exames do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos) para alunos de 15 anos em 65 países, e os ganhos totais obtidos com seus recursos naturais". Em resumo, os resultados indicam uma "significativa relação negativa entre o dinheiro que os países obtêm dos recursos naturais e o conhecimento e a capacidade de sua população de ensino médio". Desnecessário dizer que o Brasil, um dos maiores exportadores de minérios e commodities do mundo, no Pisa, encontra-se muito mal colocado. Se quiser ver, acesse: http://www.ocde.org/dataocde/43/9/49881940.pdf.

ANDREAS SCHLEICHER: o Sr. Schleicher foi quem supervisionou os estudos da OCDE e apresentou os dados comparativos. Para ele "os resultados do aprendizado na escola, hoje, permitem prever com bastante acerto os resultados em termos sociais e da riqueza que os países colherão no longo prazo". Se for assim, todas as previsões do Brasil potência devem ser imediatamente refeitas, pois somos um exemplo atual de escolas ruins e desempenhos medíocres. É a chamada "doença holandesa", diz Friedman "que aparece quando um país se torna tão dependente da exportação de recursos naturais que sua moeda se valoriza enormemente e, como resultado, sua indústria nacional fica esmagada sob montanhas de produtos de importação baratos, enquanto suas exportações encarecem demais." Qualquer semelhança com o Brasil não é mera coincidência!

CIÊNCIA E TECNOLOGIA: o ex-ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante (hoje na Educação), disse que gostaria de ver parte da renda do pré-sal ser aplicada no desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Está certíssimo! O que Campos, no Estado do Rio de Janeiro, produziu com a sua abundância petrolífera, entre muitas coisas boas, foi também alguns políticos de predicados duvidosos."




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