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UGT Press 283: O mundo em aberto


20/03/2012

SÉCULO SEM DEFINIÇÃO: em termos de países hegemônicos, aqueles que ditarão os novos rumos do mundo, o século 21 ainda é uma incógnita. O século 20 assistiu submergir o Império Britânico e emergir o poder dos Estados Unidos e da União Soviética. Depois da decadência da União Soviética, vários historiadores vaticinaram a queda do império americano e a ascensão da China. Essa decantada decadência americana ainda não foi confirmada e faltam à China as condições necessárias para exercer uma liderança global consistente. Falta-lhe, sobretudo, democracia. Em pleno século 21, é inimaginável um país exercer influência sem ser democrático e ou ter respeito pelos direitos humanos. Não se concebe ou não há, à vista, um consenso de Pequim". Talvez, a Alemanha da Europa enfraquecida seja um país candidato a exercer essa influência que, antes de tudo, necessita ser também moral e ecológica.

BRASIL: o Brasil cresce economicamente e seu PIB (Produto Interno Bruto) está entre os cinco maiores, ligeiramente à frente da Inglaterra. Contudo, não tem liderança moral nem ecológica, para dizer o mínimo. Sua presença provisória no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) não teve brilho. Qualquer liderança internacional que se preze precisa estar recheada de princípios e valores. Não é, infelizmente, o caso do Brasil. Mas, poderia ser e, para isso, bastariam as reformas eternamente adiadas, o combate à corrupção endêmica e o fortalecimento da democracia, especialmente eliminando a avassaladora influência do poder econômico nas eleições e no funcionamento das principais instituições. Investimentos totais voltados para a educação e para a formação profissional de sua enorme massa de jovens são mais do que necessários.

ESTADOS UNIDOS: os Estados Unidos com sua enorme população escolarizada, suas grandes universidades e a quantidade cada vez maior de prêmios Nobel, estão mais próximos de superar seus impasses do que o Brasil de corrigir os seus rumos. Os americanos estão procurando dar respostas às suas contradições, embora não se vislumbre ainda, nas próximas eleições ou em curto prazo, alguém que seja estadista suficiente para impedir sua esperada decadência. Suas fortalezas continuam na democracia, no ideal americano e no respeito aos princípios e valores de sua sociedade.

MERKEL, SARKOSY E CAMERON: os atuais líderes da União Européia, representando respectivamente Alemanha, França e Inglaterra, não estão encontrando soluções e respostas para a crise que assola o euro e a região. Embora a Alemanha esteja à frente dos demais países do Continente, ela ainda padece das desconfianças do pós-guerra e as críticas por sua inflexibilidade e ortodoxia se avolumam. Nada autoriza afirmar que os rumos de um novo porvir saia do velho continente.

PACÍFICO: tudo indica mesmo que os novos rumos sejam originários de países banhados pelo Oceano Pacífico. Já se disse repetidamente que o terceiro milênio será o milênio do Pacífico, lembrando que o primeiro milênio foi do Mediterrâneo, enquanto o segundo foi do Atlântico. Mas, na história atual, milênio é tempo demais. As inovações científicas e tecnológicas que, no passado, se contavam em séculos, agora são medidas em décadas. E o Brasil ainda não conseguiu construir a sua saída para o Pacífico..."




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