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UGT Press 278: Desindustrialização brasileira


14/02/2012

ARMADILHA: o Brasil está sob uma séria ameaça, a de ver todo o esforço do século passado, empreendido em medidas protecionistas, de substituição de importações e de outras ações para desenvolver o seu parque industrial, desmoronando-se por uma política econômica introduzida com o Plano Real. Durante o mês de janeiro de 2012, a moeda brasileira foi a que mais se valorizou em relação ao dólar (7,8%). Nesse mesmo mês, as empresas, bancos e o governo brasileiro captaram no exterior seis bilhões de dólares. Igualmente as aplicações externas na bolsa de valores do Brasil chegaram a quase sete bilhões de dólares. Há muito espaço para captação de recursos no exterior, digamos até mesmo incentivos e facilidades. Tudo isso contribui para o fortalecimento do real. O dólar baixo ajuda na política do Banco Central de redução dos juros, pois de certa forma, segura a inflação via aumento das importações. Já, no mesmo mês de janeiro, o déficit da balança comercial foi de aproximadamente dois bilhões de dólares.

DESINDUSTRIALIZAÇÃO: a gritaria geral já começou e uniu a poderosa Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e as centrais de trabalhadores do Brasil. Há em curso uma campanha para frear a desindustrialização brasileira. Existe um grupo técnico se reunindo nas dependências da Fiesp. Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), presente à primeira reunião, disse que nossa preocupação é que as consequências que estão sendo bem avaliadas pelo governo não estão sendo corrigidas do ponto de vista estrutural. Temos uma péssima educação, péssimas saúde e distribuição de renda". Ou seja, o presidente da UGT foi um dos que ampliaram as críticas, mostrando que a desindustrialização não é só uma questão matemática, mas também está ligada a outros fatores.

LUCRINHO MARGINAL: parece que os investidores não ficaram satisfeitos com o lucro de 11 bilhões do Bradesco em 2011. As ações do Bradesco, logo após o anúncio do terceiro maior lucro da história entre as instituições financeiras, caíram 3,3%. Eles acham que o Bradesco reduziu o ritmo de empréstimos no quarto trimestre de 2011, fato negado pelo presidente do banco, Luiz Carlos Trabuco Cappi: "Não pisamos no freio do mercado de crédito", afirmou no Estadão (01/02/12). Na verdade, segundo explicações do mercado, o banco aumentou sensivelmente suas despesas no segundo semestre, em função de uma política agressiva de abertura de agências, compensação pela perda do Banco Postal em licitação vencida pelo Banco do Brasil.

VEJA ESSA DA OMC: a Organização Mundial do Comércio (OMC) deu ganho de causa aos países ricos que interpuseram uma demanda contra a China, em função das barreiras de exportação que o país asiático colocou sobre nove tipos de minérios. Para os países ricos, a China criou uma estratégia para ter acesso a preços mais baixos dos minérios e, com isso, garantir maior competitividade às suas próprias empresas. Verdade. A condenação da China por parte da OMC sinaliza em relação a outros países que poderiam imitar a China, especialmente o Brasil, que tem nas commodities grande parte de sua pauta de exportação. Ocorre que tanto China como Brasil podem, efetivamente, aumentar ou criar impostos sobre a saída de minérios, algo absolutamente imprescindível para o desenvolvimento interno.

BOAZINHA COM LOS HERMANOS: Marco Aurélio Garcia, assessor de política externa da Presidência da República, contornou as declarações do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que criticou duramente o protecionismo argentino. Garcia disse: "Nenhuma declaração significa, nem por parte do governo, nem de Pimentel, um desejo de descartar a importância de nossa relação [com a Argentina]. É absolutamente fundamental para as duas economias. A Argentina é um grande parceiro comercial do Brasil e o Brasil é um grande parceiro comercial da Argentina. Os dois ganham" (Estadão, 1/2/11). Continua a política brasileira de ser "boazinha com los hermanos".

LINDA CHAVEZ THOMPSON: sindicalista americana que durante décadas participou da direção de entidades sindicais no Estado do Texas e da cúpula da AFL-CIO. Por seis anos foi presidente da extinta ORIT (Organização Regional Interamericana de Trabalhadores) e, por quatro anos, foi presidente na primeira diretoria da CSA (Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas), sucedânea do processo de fusão entre ORIT e CLAT (Central Latino Americana de Trabalhadores). Importante na hierarquia do Partido Democrata (PD), Linda ocupou por anos a vice-presidência. Neste ano será responsável por parte da campanha em alguns estados americanos com presença latina. Na última eleição para governadores, foi candidata pelo PD a vice-governadora do Texas. Linda acaba de anunciar o seu afastamento da CSA, indicando o seu sucessor, Hassan Yussuff, da CLC-Canadá. Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), enalteceu o trabalho de Linda e reuniu-se com o anunciado novo presidente. A CSA faz seu 2º Congresso em Foz do Iguaçu, Brasil, no período de 15 a 20 de abril."




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