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UGT Press 277: 2014 - Um ano importante


07/02/2012

100 ANOS EM 2014: para um universo bem alienado, certamente 2014 será o ano da Copa do Mundo de Futebol. Mas, há mais coisas a pensar sobre 2014. Uma delas é que estaremos completando 100 anos do início da Primeira Guerra Mundial. Filmes, séries de televisão, livros e artigos de jornais começam a pipocar. O inverossímil Cavalo de Guerra", de Steven Spielberg (em cartaz nos cinemas brasileiros), mostra uma cena emblemática do conflito, envolvendo duas realidades: um ataque de cavalaria, característico do século 19, sendo rechaçado por metralhadoras giratórias, moderna tecnologia do século 20, um confronto pra lá de desigual. O escritor William Boyd escreveu: "Ela [a Guerra] foi um conflito entre exércitos do século 19 equipados com armamentos do século 20 - daí a carnificina sem precedentes" (Estadão, 24-01-12). Na Primeira Guerra Mundial morreram 9 milhões de soldados. Talvez o recorde tenha sido a Batalha do Somme, em 1º de julho de 1916, quando o exército britânico sofreu, num só dia, 60 mil baixas. Ainda veremos muitos filmes e leremos muitos livros sobre a Primeira Grande Guerra. 2014 é ainda um ano importante porque faz pensar como uma guerra considerada historicamente desnecessária, acontecida há 100 anos, foi capaz de provocar uma mudança geopolítica sem precedentes: a Inglaterra deixou de ser uma grande potência.

PREÇOS CHINESES: há uma generalizada crença nos meios econômicos internacionais de que os preços chineses começaram a subir via aumento do valor da mão-de-obra. Kathelen E. Malaughlin (Estadão, 21-01-12), disse que "pela segunda vez em um ano, os salários da Província de Guangdong subiram nada menos do que 20%. E, embora o salário mínimo de uma província chinesa possa parecer um problema local, a questão salarial demonstra que na China agora há um impulso constante para o estabelecimento de empresas voltadas à produção de artigos de alta qualidade, que remunerem melhor o trabalho. Em outras palavras, os dias de mão-de-obra chinesa inesgotável e barata estão prestes a acabar". Será? Acreditamos que a mão-de-obra chinesa continuará mais barata quando comparada a outros países do mundo desenvolvido ou mesmo com alguns dos países emergentes, caso principalmente do Brasil. Há notícias de que empresas estão se mudando para regiões mais pobres, caso de Bangladesh e Camboja, mas Geoffrey Chothall, do China Labour Bulletin, diz que "talvez seja possível encontrar mão-de-obra mais barata fora da China, mas nunca na mesma escala".
DESEMPREGO, DE MAU A PIOR: depois de 2008, os relatórios anuais da OIT (Organização Internacional do Trabalho) veem apresentando panoramas cada vez mais pessimistas. Os dados divulgados pela OIT são preocupantes: a crise de desemprego é a pior já vivida e a economia mundial precisará criar 600 milhões de postos de trabalho até 2020, somente para inserir aqueles que perderam seus empregos e conseguir trabalho para os milhões de jovens que entrarão no processo produtivo
os governos deverão investir, no mínimo, 2% do PIB (Produto Interno Bruto) para gerar novos empregos, o que, em termos mundiais, significam aplicações de mais de um trilhão de dólares
o número de desempregados atualmente no mundo está próximo de 200 milhões de pessoas
e a desaceleração de 2012, ano em curso, acrescentará mais 3 milhões de pessoas desempregadas. Em resumo, além de dar solução para esses 200 milhões de desempregados, as economias deverão lidar com um número aproximado de 400 milhões de novos trabalhadores que entram no mercado produtivo. Daí, portanto, a soma chega aos necessários 600 milhões de novos postos de trabalho. Ufa!
BRASIL: apesar da onda de otimismo que envolve o Brasil, a volta da crise mundial não poupará os emergentes. Tudo indica que a China vai desacelerar sua economia em 1% ao ano. No Brasil, a redução do ritmo de crescimento da economia, provocou também uma diminuição no número de novos postos de trabalho oferecidos. A grande incógnita brasileira é saber se o país terá condições de responder à crescente desindustrialização. Na América Latina, a taxa de empregos na indústria vem caindo desde 2008. Também concorre para isso a baixa produtividade brasileira: enquanto um trabalhador em um país rico gerou cerca de US$ 72 mil, nos países emergentes a produção média foi de apenas US$ 13 mil. Em termos comparativos, em 2000, um brasileiro gerava 21% da produção de um trabalhador americano e, agora (2010), 10 anos depois, essa produção está em 19%. Ou seja, caiu ainda mais. Para a OIT, o fator que mais pesa no caso do desenvolvimento do Brasil é a baixa qualidade do ensino, especialmente pela pequena oferta de ensino profissional e falta de treinamento de mão-de-obra."




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