UGT UGT

Filiado à:


Filiado Filiado 2

UGT Press

UGT Press 268: Futebol e Política


30/11/2011

MÁXIMA: há um ditado, muito popular no Brasil, que diz: futebol, religião e política não se discutem". Parece que estamos sempre desmentindo essa máxima. Dunga montou um time de evangélicos e a futura Copa do Mundo de 2014, prevista para acontecer no Brasil, nos coloca diante do binômio "futebol e política".

FUTEBOL E POLÍTICA: num país com profundas desigualdades, que vive um estágio de degenerescência moral, seria de se esperar que nenhuma atividade escapasse da mesmice. Depois que muitas organizações não governamentais passaram pelo dissabor de serem acusadas de desvios de verbas, não seria surpresa desconfiar do mundo do futebol, a mais legítima das paixões nacionais. Ricardo Teixeira, o poderoso chefão do sistema, em entrevistas, defendeu mais de uma vez que os clubes, as federações e a confederação de futebol são entidades privadas, portanto longe da fiscalização dos poderes públicos ou de qualquer outro olhar investigativo, que não de suas próprias instâncias estatutárias. Parece que ele vem ganhando esse debate. A Fifa dita as regras para a Copa do Mundo de 2014, mesmo que para isso seja preciso suspender, por um breve período, a vigência de algumas leis nacionais. A construção de luxuosos campos de futebol, onde há visível mistura entre futebol e política, vai mostrar, seja pelas circunstâncias conhecidas ou pelos custos exagerados das obras, que essa união de vontades será capaz de produzir o maior circo da história nacional. Como sempre, faltará o pão para boa parte dos excluídos desse prometido espetáculo.
EMERSON LEÃO: como jogador de futebol, Leão foi um atleta polêmico. Seu comportamento o tirou da Copa do Mundo de 1982 e, talvez, isso tenha sido fatal ao time do Brasil, o melhor de sua história. Como técnico, ele continua perto das polêmicas. Em entrevista de duas páginas no caderno esportivo da Folha de São Paulo (11-11), ele fez afirmações diversas, na maior parte atirando contra a nova geração de jogadores de futebol. Criticou a intensa atividade social e promocional, tanto quanto a mistura de religiosidade e misticismo dos atletas. Disse que a atual geração de jogadores é a geração da tatuagem, do brinco, do funk e do piercing, perdendo para a geração da liberdade e da contestação dos velhos tempos. Afirmou que os atletas foram "capturados" pela vaidade e pela indústria da fama, havendo em cada time um ou dois que são tratados como bibelôs, mandando nos clubes e inibindo os treinadores. A culpa? Toda essa situação, segundo Leão, é culpa de três instituições: dos clubes, dos empresários e da sociedade.
DILEMA GREGO: a Grécia chegou ao fundo do poço, o que comprova a tese de que a longevidade das nações não significa desenvolvimento, paz ou sabedoria. Isso acontece em outras regiões, como o Afeganistão, o Irã ou o Iraque. Agora, a Grécia está diante de duas situações, igualmente difíceis: 1ª) manter o curso e permanecer na zona do euro
ou 2ª) declarar moratória, deixar a zona do euro e voltar ao velho dracma. Parece, pelos acontecimentos mais recentes, que a primeira opção é a preferida do novo governo. A idéia do plebiscito, defendida pelo último governo, não foi adiante e isso também provoca uma reflexão: como pode ser desprezada a opinião daqueles que sofrerão os efeitos das medidas econômicas em andamento? De antemão, julgou-se que o povo grego é incapaz de resolver seus próprios problemas. Assim, provavelmente, as decisões sobre o destino de um dos povos mais emblemáticos da Terra estarão concentradas em Bruxelas, Paris e Berlim.
VOLTA AO DRACMA: a volta à velha moeda grega traria, sem dúvida, maiores benefícios em longo prazo. Na tese do professor de economia da Universidade da Califórnia, Stergios Skaperdas (Estadão 11-11) que, pelo nome, não deixa dúvidas quanto à sua origem, essa opção por um novo dracma "permitiria à Grécia influenciar o próprio destino... algo positivo, pois daria aos gregos o controle sobre a própria política monetária. Além disso, como o novo dracma seria desvalorizado, tanto o turismo quanto as exportações seriam beneficiadas, reduzindo-se ao mesmo tempo as importações. Tudo isso faria da Grécia um país mais competitivo". Segundo o mesmo professor "manter o curso significa a continuidade da austeridade e do desemprego no futuro discernível. Os mais jovens e talentosos sairão do país, deixando para trás uma população mais velha, menos produtiva e mais necessitada".
O FUTURO DO EURO: por todas as vertentes do problema grego e por todas as ameaças a outras economias do bloco, salta aos olhos que o futuro do euro repousa em países responsáveis, sem déficits públicos, com economias sólidas e ortodoxas. Com tantas e novas adesões, a União Européia terá que se reinventar para manter, ela mesma, o próprio curso. A região poderá amargar uma recessão sem precedentes.
CSA REALIZARÁ CONGRESSO NO BRASIL: a Confederação Sindical dos Trabalhadores/as das Américas (CSA) realizará em abril de 2012, o seu segundo congresso estatutário. Como local do evento, a emblemática região de Foz do Iguaçu, onde se localiza uma das sete maravilhas da natureza e a tríplice fronteira - Argentina, Brasil e Paraguai. Todas as centrais brasileiras filiadas à CSA (CUT, FS e UGT) estão contribuindo financeiramente para que o congresso se realize no Brasil. Espera-se a vinda de delegações de todo o mundo."




logo

UGT - União Geral dos Trabalhadores


Rua Formosa, 367 - 4º andar - Centro - São Paulo/SP - 01049-911 - Tel.: (11) 2111-7300
© 2023 Todos os direitos reservados.