08/11/2011
ENEM: o terceiro fracasso consecutivo do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) é prova cabal da incompetência de certos setores governamentais, diante de situações plenamente contornáveis. Gestado no governo tucano de FHC, pelo ministro Paulo Renato Costa Souza (1945-2011), com mais de uma década de aplicação, o Enem vem sendo um tormento para a juventude estudantil brasileira. Ao invés de aperfeiçoar-se, buscando a excelência, o Enem incorre em trapalhadas que se repetem, especialmente na gestão do atual ministro da Educação, Fernando Haddad, um jovem professor, indicado pelo ex-presidente Lula para ser candidato a prefeito de São Paulo pelo Partido dos Trabalhadores (PT). As batalhas jurídicas decorrentes dessas confusões estão expostas na mídia nacional. Sem solução à vista, seria incalculável o prejuízo caso alguma iluminada autoridade resolvesse acabar com o Enem, provavelmente, a mais democrática experiência de acesso à universidade, num país cheio de privilégios e injustiças. O Brasil precisa aprender a cultivar a busca obsessiva pelo aperfeiçoamento de suas instituições.
POLÊMICA: continua a polêmica suscitada pela nova postura do Banco Central do Brasil (BC), diminuindo os patamares reais dos juros pagos pelo governo brasileiro. Os economistas a serviço das grandes corporações financeiras não se cansam de aparecer nos cadernos econômicos da mídia impressa do país para criticar o presidente do BC, Alexande Tombini. A desaceleração da taxa de juros vem sendo apoiada pelas centrais de trabalhadores, especialmente pela UGT (União Geral dos Trabalhadores). Embora seja previsto um aumento na taxa de inflação, a medida de corte nos juros é boa porque antenada com a crise internacional, que tudo indica, será mais profunda do que inicialmente prevista.
EFEMÉRIDE: no dia 3 de novembro de 1911, o piloto italiano Giulio Gavotti jogou três granadas de mão de seu avião monomotor sobre uma aglomeração de soldados turcos e árabes, em Ain Zara, a leste de Trípoli. Iniciava-se ali a corrida por um novo modelo de arma e um novo estilo de guerra. O homem começava a se superar na arte de causar sempre o mal maior aos seus semelhantes. Em 1945, em Hiroshima e Nagasaki, no Japão, o mundo chegou ao auge dessa loucura e notou-se que a humanidade perdeu naquelas cidades, hoje emblemáticas, a sua inocência. Já não eram mais simples granadas de mão e sim bombas nucleares, capazes de mortes e destruições sem precedentes.
CINEGRAFISTA DA BANDEIRANTES: no domingo, 6 de novembro, o cinegrafista da Rede Bandeirantes de TV, Gelson Domingos da Silva, perdeu a vida ao fazer a cobertura de uma blitz do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) em um morro no Rio de Janeiro. Ele foi atingido por um tiro, provavelmente de arma sofisticada, cuja bala atravessou o colete salva-vidas. O Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro criticou a forma de fazer a segurança dos profissionais de imprensa nesses casos. Outras entidades protestaram contra as condições de trabalho que são impostas aos repórteres. A TV Bandeirantes se limitou a informar que toma as precauções tradicionais, recomendadas para garantir a segurança de seus empregados, inclusive com o pagamento de seguros de vida para aqueles expostos a riscos.
SERVIÇO EXEMPLAR: a Rede Globo de Televisão e o médico Dráuzio Varella iniciaram um programa de incentivo, inserido como quadro do Fantástico, líder de audiência aos domingos, para combater o vício à nicotina, um dos mais de 60 resíduos nocivos existentes no cigarro, com o objetivo de ajudar as pessoas a deixar de fumar. Esse tipo de trabalho na televisão só é possível porque as companhias fabricantes estão impedidas de fazer propaganda de suas marcas de cigarro. Se tal ocorresse também com as bebidas alcoólicas, provavelmente teríamos a diminuição do consumo, sobretudo dos jovens, e, de quebra, a diminuição do número de acidentes de carro nas madrugadas brasileiras, com mortes cujos números atingem ares de epidemia. Que tal uma campanha para impedir também a propaganda de bebidas alcoólicas em, pelo menos, parte da programação televisiva?
OCUPA RIO E SÃO PAULO: como imitações do movimento americano Ocupe Wall Street", lançado em Nova Iorque no dia 17 de setembro, surgiram o "Ocupa Rio" e o "Ocupa Sampa". Na verdade, o movimento é internacional e atinge mais de 2 mil cidades em todo o mundo (ver o site occupytogether.org). Por enquanto, no Brasil, os movimentos começaram tímidos e modestos, com pouca adesão."
UGT - União Geral dos Trabalhadores