25/11/2011
SOMOS SETE BILHÕES: no mês passado, os meios de comunicação fizeram um estardalhaço em função de, supostamente, a população mundial ter atingido a cifra de sete bilhões de pessoas. Desses habitantes, mais de 1/3 (um terço) está na Ásia, sendo 20% na China e 17% na Índia. Embora a China seja o país mais populoso da Terra, a Índia pode alcançá-la antes da metade deste século: nascem diariamente na Índia 351 bebês, contra 244 na China. Para efeito de comparação, no Brasil nascem 30 bebês por dia. Uma conta estranha, atribuída à IBM-Brasil, diz que se considerarmos apenas os 16% de pessoas mais inteligentes da Índia, elas equivalerão a toda a população brasileira. No mesmo cálculo, em relação à China, seriam somente 14% dos mais inteligentes. A constatação mais evidente é que, praticamente em todos os países, a população está envelhecendo e, em 2030, haverá equilíbrio entre o número de crianças e de velhos. O estardalhaço, afinal, procede: estão se esgotando as possibilidades do planeta em fornecer os recursos necessários à sobrevivência de todos. A previsão é que a população mundial deverá se estabilizar por volta de 2100, no término deste século, quando seremos nada menos do que 10 bilhões de pessoas.
MORTE DE MUAMMAR KADAFI: festejada nos círculos ocidentais, as circunstâncias da morte do líder líbio deixam muitas dúvidas em relação ao futuro democrático daquele país. Segundo se analisa agora, passados os momentos emocionais após a captura, o assassinato de Kadafi foi um ato de selvageria, impróprio de países civilizados. As organizações de direitos humanos estão chegando à conclusão de que houve execução sumária e sem necessidade. No Egito, a agitação voltou.
SE A MODA PEGA: a Itália se converteu no primeiro país do mundo a impor um imposto sobre os valores enviados, a título de remessa, por imigrantes às suas famílias nos países de origem (2%, com taxa mínima de 3 euros). A medida faz parte do pacote anti-crise publicado no mês de agosto e válido a partir do mês de setembro. O imposto atinge as pessoas não registradas como contribuintes (tributos ou pensões), valendo dizer que afeta principalmente os indocumentados. Atitudes semelhantes estão sendo estudadas em quase todos os países ricos do norte, prevendo-se para o futuro novas e más notícias. Se a medida vier a ser tomada, por exemplo, nos Estados Unidos, todos os países das Américas, incluindo o Brasil, serão afetados. Em geral, a medida não diminui a imigração dos países pobres em direção aos ricos.
ARIZONA E ALABAMA: alguns estados americanos estão recrudescendo em termos de legislação contra os imigrantes indocumentados, aumentando dramaticamente o número de deportações. Entre os estados mais rigorosos dos Estados Unidos, estão Alabama e Arizona. Os países mais afetados pelas deportações, por enquanto, são México e Peru. Grandes manifestações pontuaram a entrada em vigor da legislação nesses estados, porém não a ponto de sensibilizar as autoridades estaduais, que prometem continuar aplicando as novas e duríssimas leis.
PREVIDÊNCIA: a União Geral dos Trabalhadores (UGT) tem sido uma das poucas entidades sindicais do país a tratar, pelo menos neste espaço (democrático, pluralista e independente), da necessidade de um debate sério sobre a reforma da Previdência Social, estimulando especialmente a discussão desapaixonada do tema. Agora, nas páginas amarelas da Revista Veja nº 2241 (2/11), o ministro Garibaldi Alves anuncia que o governo tem disposição para enfrentar as resistências corporativas". Diz Garibaldi Alves: "as resistências são dos sindicatos e dos parlamentares ligados a eles. É uma forma distorcida de ver o problema. Os sindicatos que deveriam ser de esquerda, às vezes são mais conservadores do que os conservadores de direita". O pito não cabe à UGT, que continua sendo de esquerda e a favor de reformas, lembrando ao ministro Garibaldi Alves que é muito fácil criticar, enquanto também o Congresso Nacional não fez a necessária reforma política."
UGT - União Geral dos Trabalhadores